Quem viaja de ônibus para o interior do estado tem se surpreendido com uma novidade ultimamente. A falta da função de cobrador dentro dos veículos que fazem as linhas intermunicipais.
Para tentar driblar a crise no setor provocada pela concorrência dos taxistas que levam e trazem passageiros dos municípios, uma das empresas que tem a concessão para o interior do estado decidiu demitir os cobradores.
O problema é que o serviço que era feito por esse profissional passou para o motorista. A reclamação de diversos passageiros é que o acúmulo de funções resulta em uma demora excessiva no tempo de viagem que normalmente se faz entre um município e outro.
Garebe Farias viajou de Xapuri para Rio Branco nos últimos dias e reclama que a viagem, que normalmente dura cerca de três horas, demorou cinco e horas e meia. “Eu saí de Xapuri meio-dia e fui chegar em Rio Branco às cinco e meia da tarde. É uma falta de respeito e vou entrar na justiça buscando meus direitos. É um descaso total”, reclama.
A demora ocorre porque o motorista é obrigado, sem a presença do cobrador, a emitir todas as passagens dos passageiros que pegam o ônibus fora do terminal rodoviário e também tem que descer para guardar ou retirar as bagagens dos viajantes que ficam ou embarcam durante o trajeto.
“Tem algumas paradas que a gente fica quase meia hora esperando. Se em uma parada tiver 20 pessoas, a viagem só segue depois que o motorista emite a passagens de todos. É um absurdo a gente gastar cinco e horas e meia para andar menos de 200 quilômetros como é de Xapuri para Rio Branco”, explica Garebe.
A PetroAcre, empresa que detém a concessão e que faz o transporte intermunicipal para Xapuri, foi procurada, mas não se manifestou.