Aos 51 anos de idade, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) construiu uma história no Acre que é sinônimo de competência quando se pensa em apoio ao produtor rural.
Ter o apoio da Emater, significava produzir em quantidade e com qualidade. Por muitos anos foi o sonho de trabalho dos profissionais que saíam dos cursos de técnico agrícola e de agronomia.
Nos últimos 20 anos, com a florestania sendo o grande foco na área rural do Acre e com a criação da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) que incorporou a empresa, a Emater foi aos poucos perdendo o seu protagonismo, até quase desaparecer nos últimos anos.
Com a chegada de Gladson Cameli ao poder e uma nova visão quanto a produção rural, eis que a Emater volta a ter importância e destaque no governo do Estado. E para o cargo de presidente da empresa, Gladson foi buscar um aliado de peso. Tião Bocalom, ex-secretário de agricultura e ex-prefeito de Acrelândia, que já foi candidato ao governo do Acre e que sempre sustentou o lema “produzir para empregar” em suas campanhas eleitorais.
No encerramento da Expoacre, Gladson Cameli lançou o plano de agronegócio do estado, onde devolve a importância da Emater para o desenvolvimento da produção rural no Acre.
O ac24horas conversou com Tião Bocalom que falou sobre os desafios para que a Emater volte, verdadeira a fomentar e prestar assistência técnica ao homem do campo.
Papéis definidos – “O que é muito bom do plano do agronegócio é a definição do papel de cada secretaria e empresa. Está definido que a Seap vai fazer a parte do planejamento, a captação de recursos e a supervisão da política de desenvolvimento. A Emater vai fazer o que fazia antes e querem matá-la que é assistência técnica aos produtores rurais nas produções agrícolas, pecuária, florestal e executar o programa de mecanização, aquicultura e açudagem. Temos a Cageacre com o transporte, secagem, beneficiamento, armazenamento e comercialização e não podemos esquecer da Seinfra que tem um papel primordial, afinal não se produz sem ramal para escoar e sem energia elétrica”.
Estrutura – “Atualmente, a Emater tem 60 funcionários e vai receber um reforço de 40 que a Sepa vai disponibilizar. Mesmo assim vamos precisar de mais 20. A ideia é que na safra 2019/2020 atendamos com assistência técnica 12 mil famílias. Na safra que vem queremos atingir 25 mil famílias até chegar ao final do governo atendendo as 45 mil famílias produtoras rurais do Acre”
Vamos atender todos – “Podutores familiares em assentamentos, indígenas, ribeirinhos, em reserva extrativista, A Emater vai chegar para que todos possam produzir. É preciso entender que agronegócio não está relacionado apenas ao grande produtor. O governador Gladson aceitou e topou e ao final dos 4 anos o Acre vai ser outro na produção familiar e não familiar”.
Alimento mais barato para escolas e beneficiários do Bolsa Família – “Vamos também resgatar a Cageacre que vai voltar a administrar os silos e armazéns e vai cobrar apenas o valor da despesa de manutenção. Depois de beneficiar, nossa intenção é vender parte dos alimentos, mas não vamos vender para todo mundo. Nossa intenção não é concorrer com a iniciativa privada. Vamos vender paras as escolas que podem fazer compra direta, creches, unidades de saúde de também para os beneficiários do Bolsa Família. Vamos vender à preço de custo. No armazenamento também vamos facilitar a vida do produtor. Veja o exemplo do Mário Maff, produtor rural da região de Brasileia. Ele plantou 500 hectares de milho e pagou mais de 90 mil reais para a pessoa que administra o silo no Alto Acre. Na nossa mão, esse custo não vai chegar a 20 mil reais”.
Regras – Precisamos organizar o setor rural. Vamos distribuir sementes para cinco mil hectares e mecanizar. Quem tiver uma área mecanizada vai assinar uma carta fidelidade que aquela área é exclusiva para a agricultura por cinco anos. Nossa ideia é todos os anos oferecer 2 hectares ao pequeno produtor com mecanização, correção de solo e adubagem”.
Custo da produção no Acre – O calcário, usado para corrigir a acidez no solo, é um grande problema porque é muito caro. Vamos baratear usando recurso federal de emenda e vamos adquirir 10 carretas de 50 toneladas cada. Vai ficar pela metade do preço. Quem tem financiamento vai pagar direto para o Funagro, quem não tem, vai receber o calcário e pagar após colher”.
Produzir e preservar é possível – Não vamos aceitar mais que produtor rural venha para cidade comprar ovo, galinha congelada, porco. A Emater vai voltar a incentivar a produção rural no Acre. Queremos provar ao mundo que o tripé da sustentabilidade ambiental, social e econômica é possível. Só vamos fazer diferente do que o PT fez a vida inteira que foi prevalecer a ambiental sobre as outras áreas. E a Emater é fundamental. Não entendoi porque quiseram matar a Emater, já que é ela que realmente cuida do homem do campo”.