O Acre se tornou berço da criminalidade. Ninguém conhece mais ninguém. Não dá mais para sentar na frente de casa, conversar com os vizinhos na calçada, ou passear pelo parque, sem antes pensar dez vezes se a gente deve ou não fazer isso. Rio Branco já não é mais a mesma. O Acre mudou e a prova disso está aí: jovens mortos, famílias dilaceradas e sonhos destruídos.
O crime parece estar enraizado em todas regiões da “Terra de Galvez”. No interior do Estado a situação não é muito diferente. Cenário cruel da violência que se espalha por todo o país, aparentemente, sem medidas políticas e policiais suficientemente eficazes ao ponto de conter o crime organizado.
A certeza que me vem à mente é que ninguém sabe mais o que fazer. É impossível se acostumar com isso! É preciso ação, e ação urgente. Não se trata de prender apenas, mas de educar, encaminhar os adolescentes e jovens (e até alguns adultos), para um caminho novo, onde haja oportunidade com emprego e renda digna.
Nos últimos dez dias, a onda de violência ganhou força e os crimes aumentam. O que antes foi taxado como “um ponto fora da curva”— palavras do ex-secretário estadual de Segurança Pública-, agora se mostra como um câncer em plena metástase. É torcer para não piorar, porque talvez não aguentemos.
As pessoas estão com medo. Um motorista de aplicativo (não se sabe por qual motivo), foi violentamente assassinado em Rio Branco. Quando encontrado, o corpo estava despido e as mãos do motorista, amarradas. Apesar do alarde nas redes socais, crimes como esse têm ocorrido cada vez mais em solo acreano. No dia seguinte, um colega motorista reagiu a outro assalto e matou o bandido.
Será que estou exagerando? Eu acho que não! As pessoas estão realmente com medo. As viaturas policiais já não intimidam os criminosos como antes, e a política desenvolvida pelo governo parece ser a mesma ultrapassada que foi utilizada pelo governo anterior. A população não sente melhorias, e os gestores mantêm o silêncio.
Não quero colocar mais temor na vida dos quem lê esse artigo, mas quero expressar um sentimento que eu, assim como muitos (e converso com muita gente), não sabem como expor. O que é preciso? Ações enérgicas, rápidas, urgentes e eficientes. Quais? Isso deixo aos especialistas de Segurança Pública, que há bem pouco tempo prometeram dar uma sensação de paz à sociedade. O tempo passou, e nada mudou!
Vale a reflexão!
João Renato Jácome é jornalista, assina o blog Opinar com Verdade, é membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de redes pela Democracia, Esporte, Meio Ambiente e Direitos Humanos.