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Guerra entre facções no Acre é usada para analisar violência na Região Norte

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Após o massacre atribuído a uma briga entre facções que deixou 58 mortos no presídio de Altamira, no Pará, autoridades da segurança pública passaram a discutir o clima instável da disputa entre ao menos 17 facções criminosas existentes na Região Norte do país. Os conflitos regionais são gerados pela disputa da rota de tráfico de cocaína, segundo policiais e pesquisadores.


O PCC e o CV estão nos sete Estados da região, diz levantamento do Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MP-AC). Em reportagem publica no UOL, a situação do Acre ajudou especialistas a entenderem o problema pelo qual passa a região.


O Estado tem a terceira menor população do País (869 mil pessoas) ocupou em 2017 o posto de segundo mais violento, com uma taxa de 63,9 homicídios por 100 mil habitantes – a taxa nacional naquele ano, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foi 30,8. Na capital Rio Branco, a taxa chegou a 83,7, a maior do período.

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Por trás dos números acreanos estava uma briga do CV com membros do PCC e seus aliados locais do Bonde dos 13 e da Irmandade Força Ativa Revolucionária Acreana. “A rota do (Rio) Juruá passou a ser cobiçada pelo Comando Vermelho, que hoje domina essa passagem. As mortes, que antes só ocorriam como punição disciplinar por ‘vacilos’ dentro das organizações, passaram a se acumular no Estado em razão da disputa pelo domínio territorial entre diferentes grupos”, disse ao jornal O Estado de São Paulo Aldo Colombo Júnior, do Observatório do MP-AC, durante o encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


O Juruá nasce no Peru, cruza a fronteira, passa por Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Estado, e corta o Amazonas até desaguar no Rio Solimões. Neste rio, a rota é ainda mais relevante, pois vem da tríplice fronteira com Colômbia e Peru, cujo domínio garante à facção Família do Norte (FDN) ser a força regional mais expressiva.


Desafio

Ex-ministro da Segurança no governo Michel Temer, Raul Jungmann também teme que, sem mobilizações do governo diante da crise carcerária, os massacres se repitam. “Com prisões superlotadas, guerra entre facções e o Estado não exercendo o controle do que acontece lá dentro, efetivamente a possibilidade (de novo massacre) continua existindo”, disse ao jornal O Estado de São Paulo nesta semana.


A briga entre os vários grupos – no Acre, no Amazonas ou no Pará – deixou reflexos consistentes nas taxas de homicídio. Atribui-se a essa guerra o recorde de mortes no País em 2017, assim como a acomodação das disputas, principalmente no Nordeste, é um dos fatores para a queda em 2018, que se mantém nos primeiros meses de 2019, segundo dados do governo federal. Com novos massacres em Manaus e Altamira este ano, o Norte mostra que lá essa acomodação está mais distante do que se imaginava.


Moro aposta em pacote anticrime

O Ministério da Justiça e da Segurança, chefiado por Sérgio Moro, disse ao jornal O Estado de São Paulo que o combate às organizações criminosas tem sido uma prioridade. Citou que o pacote anticrime proposto ao Congresso “atualiza a legislação para que seja possível o combate ao crime organizado e o isolamento de lideranças criminosas, minimizando as influências nos demais presos”.


A pasta afirmou ainda que a previsão de impedir o direito à progressão de regime a membros de organizações “que ainda mantenham vínculo associativo” visa a “inviabilizar a atuação de chefes do crime organizado e desestimular a atividade dos demais membros”. Outra proposta do ministério é ampliar o prazo de permanência de líderes em presídios federais de um para três anos, prazo que pode ser renovado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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