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Elenira sobre memorial fechado em Xapuri: “O maior interessado na reabertura é a família”

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Raimari Cardoso

Insatisfeita com algumas informações que circularam na imprensa e nas redes sociais nos últimos meses a respeito do fechamento da Casa de Chico Mendes, em Xapuri, a filha do líder sindical, Elenira Mendes, resolveu se manifestar sobre alguns pontos que ela considera como injustos e que terminam por denegrir a imagem da família perante a opinião pública. Sem fazer referências diretas, Elenira afirma que o contrato mantido por determinado período com o governo Tião Viana para a manutenção do funcionamento do espaço de memórias tem gerado uma profusão de comentários sem fundamentos e até mesmo caluniosos.


Elenira conta que a sua família possuía um contrato com o governo anterior no valor de R$ 20 mil e não R$ 30 mil – como chegou a ser comentado – para que o único bem tombado no Acre pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional fosse mantido aberto à visitação pública. De acordo com ela, os cargos que ela e seu irmão Sandino ocuparam durante aquela gestão nada tinham a ver com o compromisso firmado com o Estado via Fundação Elias Mansour, mas essa inferência terminou por ser feita. 


“Eu e Sandino trabalhamos na gestão do governo Tião Viana, mas isso nunca se tratou nenhum acordo relacionado à casa ou uso da imagem de nosso pai. Exercíamos o nosso trabalho e assinávamos ponto como qualquer outro funcionário público”.


Outro ponto que ela considera desagradável é a suposição de que não se está tendo o devido cuidado com a manutenção do imóvel. Ela explica que após o encerramento do contrato de aluguel a família não pôde mais manter o espaço funcionando como antes. Porém, segundo ela, a preservação do imóvel e a salvaguarda do patrimônio têm sido mantidos com o devido zelo. Segundo ela, o espaço tem sido aberto, limpo e dedetizado periodicamente. Ela acrescenta que o tombamento da casa pelo Iphan e toda a preocupação com a salvaguarda do patrimônio partiu de uma iniciativa da própria família e do movimento ligado a Chico Mendes. 


“Foi uma luta nossa, do movimento, para que essa casa fosse tombada, para que essa preservação fosse constante. Eu queria que as pessoas entendessem que a família de Chico Mendes é a maior interessada que essa casa continue aberta porque, desde que meu pai foi assassinado, minha mãe e os nossos companheiros sempre tiveram o ideal de que a casa permanecesse como um espaço de memória. E nós não estamos acomodados. Estamos em busca de parcerias para promover a reabertura da casa”.


A respeito das possíveis parcerias para a reabertura da casa, a organização não governamental SOS Amazônia, que teve Chico Mendes como um de seus membros fundadores, e a família do seringueiro estão iniciando um diálogo com objetivo de chegar a um acordo. Para o secretário geral da ong, Miguel Scarcello, qualquer entendimento que venha a ser feito tem que levar em consideração o direito da família sobre o uso da imagem de Chico.


“Nós não temos certeza do melhor caminho para fazer isso e nem ideia de valores. Nós temos compromisso com a causa porque o Chico foi nosso associado fundador, e temos o entendimento de que a família deva ser recompensada pelo uso da imagem e pela guarda da memória dele. Eles têm direito de ser contemplados por isso. Agora, como vamos chegar lá nós que temos que construir juntos”, afirmou.


Elenira confirmou a possibilidade de uma parceria com a SOS Amazônia e disse que acredita que o resultado desse diálogo possa ser bastante positivo para a reabertura e da casa e para a continuidade do trabalho de valorização da história do líder sindical, que, segundo possui a sua  importância não apenas um grupo, um partido ou um governo, mas para toda a sociedade brasileira e mundial. 


Ela afirma ainda desejar que um dia a imagem de seu pai seja dissociada de qualquer partido ou grupo político. De acordo com ela, a imagem do PT e do ex-presidente Lula ainda refletem muito na história de Chico Mendes, o que faz com que a família esteja sempre sendo julgada de maneira negativa em função dessa associação.


“Quando meu pai retornou do Rio de Janeiro em 1988 para ser assassinado em Xapuri, o pessoal do PV pediu para ele ficar lá. Propuseram a ele vir aqui buscar a sua família. Mas ele disse que não. Ele disse que não ia abandonar seus companheiros. Ele voltou. Mas não por um partido. Ele voltou por uma causa, ele voltou pelos seus companheiros. Eu quero que um dia as pessoas possam compreender que a história dele foi muito maior que a de um partido político”, concluiu. 


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Raimari Cardoso

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