Atualizada às 16:00h
O Governo do Estado marcou para a próxima semana, dia 6 de agosto, a inauguração da obra de verticalização do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) após quase uma interminável década sendo construído.
E o novo hospital que vem com a promessa de melhorar o tão caótico sistema de saúde do Acre chega causando polêmica. Com medo de repetir o que fez a gestão passada, que “inaugurou” algumas unidades de saúde sem condições alguma de funcionamento, entregando apenas a estrutura física, a atual Secretária Estadual de Saúde, Mônica Feres, tomou uma decisão que no mínimo pode ser chamada de curiosa.
É que uma portaria publicada no Diário Oficial, transfere os médicos lotados na Fundação Hospitalar para o Huerb. Ou seja, especialistas como ortopedistas, anestesiologistas e cirurgiões gerais estão mudando de unidade de saúde.
O problema é que diariamente a Fundação Hospital atende centenas de pacientes com consultas especializadas e cirurgias eletivas já agendadas, inclusive muitos vêm do interior do estado onde suas unidades de saúde não dispõem de infraestrutura e especialistas para diversos procedimentos.
A pergunta que os pacientes fazem é: se os médicos vão agora atender as urgências e emergência no Huerb quem vai fazer as consultas na Fundhacre e quem vai realizar as cirurgias de pacientes que dependendo do procedimento aguardam há anos?
Os pacientes estão preocupados. “Sou uma paciente ortopédica e assim como eu, muitos pacientes irão ficar sem o melhor médico especialista no estado por causa de uma trapalhada dessas. Já era difícil, agora vai ficar muito pior”, diz uma paciente que prefere não se identificar referindo-se ao ortopedista Rodrigo Minuano, considerado o único especialista em joelho do estado.
A situação não tende a ficar preocupante, já está. O ac24horas conversou com a doutora Janine da Silva Delilo, diretora de assistência da Fundhacre. “Com certeza haverá um grande impacto tanto nas consultas ambulatoriais quanto nas cirurgias já agendadas pela regulação para esse mês de agosto. No momento estamos somente com um Anestesista e com outro a caminho pra tocar 5 salas cirúrgicas com 15 cirurgias e procedimentos cirúrgicos agendados pra hoje”, afirma.
As consequências podem ser tão graves que em um documento o qual o ac24horas teve acesso, a diretora do Serviço de Atendimento Médico Especializado (SAME) Mauriete de Lima Nascimento, em memorando expedido ao diretor da Fundação Hospitalar do Acre, afirma que os efeitos são catastróficos, já que a falta de profissionais vai causar transtornos irreparáveis uma vez que toda a agenda de agosto já estava preenchida, inclusive com boa parte desses pacientes vindo do interior do estado. Mauriete afirma ainda que já uma demanda reprimida de mais de 3 mil pacientes que aguardam atendimento de joelho, trauma, coluna, mão e membros inferiores.
Por fim, a diretora do SAME diz que a forma inesperada e sem as devidas avaliações necessárias das consequências trarão imensos transtornos aos pacientes, a Fundhacre, a Sesacre e ao próprio governo do Estado.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) se comprometeu em divulgar uma nota ao longo do dia, mas adiantou que as mudanças seguem recomendação do Ministério Público do Acre.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Em atendimento ao princípio da transparência, tendo em vista as notícias acerca da alteração da lotação de profissionais da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) para o Pronto Socorro de Rio Branco, sendo que tal fato supostamente gera o cancelamento de todos os procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais pré-agendados, a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) tem a esclarecer o que segue:
1. O TCE realizou uma inspeção para averiguar o cumprimento da carga horária pelos servidores, especialmente os médicos que trabalham na Fundhacre e que possuem vínculo com o Pró-Saúde.
2. O TCE determinou o remanejamento dos profissionais com vínculo no Pro-Saúde para as unidades hospitalares da Sesacre, já que esta é a finalidade do Pró-Saúde, e a manutenção das lotações caracteriza desvio de finalidade.
3. É necessário atender a determinação do TCE-AC, bem como suprir a deficiência de profissionais médicos no Pronto Socorro de Rio Branco para cobertura assistencial, principalmente de profissionais ortopedistas e anestesistas.
4. É de conhecimento público que o Pronto Socorro enfrenta superlotação, sobretudo na Clínica Cirúrgica B, onde pacientes aguardam intervenção cirúrgica em ortopedia.
5. Foi decidido promover o remanejamento dos profissionais de ortopedia e anestesia da Fundhacre para o Pronto Socorro, sem prejuízo ao funcionamento daquela fundação.
6. Foram feitas tratativas com os referidos profissionais no intuito de manter o atendimento ambulatorial e cirúrgico na Fundhacre, porém, mediante planejamento de agendas e reorganização das escalas.
7. Esclarecemos que os profissionais remanejados foram transferidos exclusivamente para o Pronto Socorro e Maternidade Bárbara Heliodora, não tendo sido lotados em nenhuma outra Unidade de Pronto Atendimento.
8. A Sesacre faz todo o esforço necessário para manter a normalidade do serviço e busca o melhor para a população com estas medidas assistenciais.
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