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Ou a língua ou o beiço

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Para os grandes proprietários de terra já abertas no nosso Estado, plantar soja não será uma mera questão de opção. É quase uma obrigação. Um imperativo. Se estes desejam se “manter vivos” na atividade agropecuária, com retorno atrativo em seus investimentos, fatalmente terão que se render ao plantio dessa cultura que mantém a balança comercial brasileira superavitária, mas ainda é vítima do preconceito sem base estimulado pelo exército floresteiro.


Caso contrário “nem o mel nem a cabaça”. Se em verdejantes pastos a pecuária extensiva agrega pouco valor, em piquetes nos quais o gado tem que lamber o chão batido o prejuízo é iminente.

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Não há a menor necessidade de qualquer conhecimento agronômico para se observar nas margens de nossas rodovias as imensas áreas de pastagens em lamentável estado de degradação, com baixíssima ou nenhuma produtividade para a criação de bovinos.


A necessidade de se fazer a devida correção do solo para devolver-lhe a capacidade de produzir os empurrará para o cultivo da soja, quer seja pelo plantio direto, quer seja pelo arredamento de suas terras.
Não vejo razão no preconceito e tampouco prejuízo no ingresso do Acre no mundo da commodities brasileira de maior aceitação no mercado internacional.


Óbvio que essa guinada demandará elevados investimentos em máquinas e equipamento, mas chegamos na encruzilhada de ter de escolher entre “ a língua ou o beiço”. Ou seja: ou embarcamos nessa onda ou ficaremos mais uma vez chupando o dedo e olhando a banda do desenvolvimento nacional passar. É a chance de recuperar as áreas degradadas exaustivamente pela pecuária nesses 40 anos de pisoteio.


Quanto aos pequenos produtores não há motivos para quaisquer preocupações, pois a escala exigida para cultivo da leguminosa não se compensa em áreas pequenas.


Eleito com a lema de “abrir o Acre para o desenvolvimento “, o governador Gladson Cameli está mais animado que pinto em beira de cerca com a definição dessa veia produtiva e envaidecido com o apelido de “O rei da Soja”.


No entanto, para que o apelido cole na sua testa, será necessário que o governo dele cuide da tarefa de ajudar na implementação do primeiro e principal insumo para colocar o Estado nos trilhos do agronegócio: a regularização fundiária e ambiental das propriedades para habilita-las às linhas de créditos bancários.



Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas. 


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