Até o último domingo, 21, cerca de 250 estudantes de Instituições de Ensino Superior de todo país que fazem do Projeto Rondon realizado em parceria com universidades, exército, Estados e municípios da Região Norte do Brasil, estiveram no Acre.
A Operação Vale do Acre do Projeto Rondon, uma ação de extensão de nível nacional coordenada pelo Ministério da Defesa, durou 6 a 21 de julho nos municípios de Acrelândia, Assis Brasil, Brasileia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Feijó, Plácido de Castro, Porto Acre, Senador Guiomard, Tarauacá e Xapuri.
Mas o que chamou mesmo a atenção foi uma carta escrita supostamente por um professor do projeto que avaliou a experiência do grupo no município de Tarauacá. A carta, divulgada primeiramente no Facebook de Eurico Paz, vice-presidente do Sinteac local, retrata a visão que tem quem vem de fora tem de uma das cidades que sofrem com a má administração do poder público.
O texto começa dizendo que o grupo viu em Tarauacá muito potencial, mas muito descaso.
O texto continua afirmando que foi presenciado casos de nepotismo e uso irracional dos recursos da prefeitura. Em uma outra parte, a carta cita coronelismo, e diz que o turismo, mesmo com um grande número de estrangeiros passando pela cidade, é negligenciado. “. O rio é um criatório de urubus, as praias são desperdiçadas e fedorentas, embora uns poucos donos de bares tirem bom dinheiro explorando o comércio nas mesmas. O potencial não é canalizado para gerar desenvolvimento”, diz o texto.
Outra reclamação é que o projeto recebeu pouca atenção da prefeitura. “Nosso projeto recebeu pouca atenção da prefeitura, embora as pessoas que lidaram diretamente conosco fizeram bastante esforço para nos ajudar. Não fomos bem recebidos nem tivemos despedida, a prefeita e vice não se apresentaram, não trouxeram demandas e direcionamento para que nós pudéssemos trazer atividades de alto impacto para a cidade. Também não divulgaram o projeto, nem fizeram inscrições com antecedência, para que pudéssemos fazer render mais nossos esforços”.
O autor do texto diz ainda que outros município menores foram mais responsáveis com o projeto e afirma que o jeito acolhedor do acreano é um ponto muito positivo. “As pessoas são boas, falta uma cultura para o trabalho e qualidade em todos. “O jeito acolhedor do acreano é ponto muito positivo. Eu saí feliz de Tarauacá pelas vivências pessoais que tive, mas triste também por ver que o comodismo e interesses individuais prevalecem e impedem o desenvolvimento real da cidade. Um dia eu voltarei para os festivais indígenas, mas creio que não vou curtir a cidade”.
Prezados, estamos de volta a Minas Gerais. Vou me pronunciar antes que todos saiam do grupo. Vimos em Tarauacá enorme potencial para progresso e qualidade de vida. No entanto, vimos também muito descaso com esse potencial.
Pessoas com valores espirituais verdadeiros, e de família, não podem ser omissos diante dessa realidade. Presenciamos cenas de profundo preconceito com negros (o padre), índios e pobres. Presenciamos nepotismo e uso irracional dos recursos da prefeitura. A ética cristã verdadeira não permite esse tipo de atitude.
Sentimos a presença de forte coronelismo, interesses de grandes donos de terra sobrepõem os interesses no desenvolvimento sustentável da cidade e do estado. Muitos problemas sociais são consequência dessa realidade. A educação fica à míngua.
O turismo é negligenciado, mesmo com um grande número de estrangeiros passando sempre pela cidade (vimos vários no aeroporto), e não há serviços de qualidade, desenvolvimento da gastronomia e do turismo ecológico. O rio é um criatório de urubus, as praias são desperdiçadas e fedorentas, embora uns poucos donos de bares tirem bom dinheiro explorando o comércio nas mesmas. O potencial não é canalizado para gerar desenvolvimento.
Nosso projeto recebeu pouca atenção da prefeitura, embora as pessoas que lidaram diretamente conosco fizeram bastante esforço para nos ajudar. Não fomos bem recebidos nem tivemos despedida, a prefeita e vice não se apresentaram, não trouxeram demandas e direcionamento para que nós pudéssemos trazer atividades de alto impacto para a cidade. Também não divulgaram o projeto, nem fizeram inscrições com antecedência, para que pudéssemos fazer render mais nossos esforços.
Durante vários dias, tivemos que custear o café da manhã dos estudantes com nosso dinheiro e a prefeitura nem sequer se prestou a nos ressarcir. Outras cidades do Acre foram MUITO mais responsáveis que Tarauacá com o projeto (mesmo tendo muito menos recurso por serem menores).
Pior que isso, a prefeitura se comprometeu em pagar o padre Silvestre pela nossa estadia, e prometeu fazer isso com contrato assinado, mas viemos embora sem vermos o contrato seu assinado e temos a impressão de que passarão a perna no Padre (ainda assim tenho esperança de a palavra da prefeitura seja cumprida e o compromisso seja pago).
Entendo que o município de Tarauacá seja muito grande e difícil de administrar. Muitos desafios não podem ser vencidos da noite para o dia, mas tudo sempre começa pela iniciativa das pessoas. É preciso ter um coração cristão em primeiro lugar.
É preciso cuidar do mercado municipal, dos pescadores, das populações indígenas, da educação, do transporte e da limpeza do município.
É preciso ter projetos bem feitos e com fundamento para o desenvolvimento da cidade, estimular os empreendedores e trazer a Universidade para o município com foco em áreas de tecnologia, Produção e meio ambiente.
É preciso recuperar a qualidade da água e a vida da floresta, consorciada com a agricultura e pecuária, e isso requer pessoal mais competente do que os que hoje atendem às secretarias do município.
As pessoas são boas, falta uma cultura para o trabalho e qualidade em todos. O jeito acolhedor do acreano é ponto muito positivo.
É preciso resgatar o sentimento de orgulho pela cidade, pela cultura, pelas populações indígenas e as descendentes dos soldados da borracha. É preciso enraizar a gastronomia e cultura tradicional da cidade e transformar isso em bons negócios.
Eu saí feliz de Tarauacá pelas vivências pessoais que tive, mas triste também por ver que o comodismo e interesses individuais prevalecem e impedem o desenvolvimento real da cidade.
Um dia eu voltarei para os festivais indígenas, mas creio que não vou curtir a cidade.
Boa sorte e que Deus mostre o caminho para aqueles de vocês que realmente estão em conexão com a Ele.
Faremos um blog com a história da nossa passagem pela cidade. Nele, seremos mais claros.
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