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“Queridinho” de Gladson já recebeu quase um salário extra de governador somente com diárias

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Como o ac24horas adiantou, o novo coordenador do escritório do governador Gladson Cameli no Acre, Ricardo França, vai custar caro aos cofres públicos. Com residência fixa em Brasília, para onde foi nomeado como Representante do Governo, a permanência do assessor no Palácio Rio Branco implica em condições aparatosas. Sempre que se desloca para a capital do Acre, França desfruta de uma estrutura luxuosa com direito a carro, motorista, diárias em suíte especial, alimentação e outras regalias que torna o Palácio Rio Branco em um ‘Museu de Mordomias’.


As viagens internacionais e estadia em Rio Branco somam mais de 30 dias. Foi desembolsado pelo estado somente em diárias, o valor de R$ 30.900, quase um salário de governador cujo o valor é de R$ 35 mil.

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Com o desafino do Chefe da Casa Civil, Ribamar Trindade e sua equipe de assessores, França foi convocado pelo governador Gladson Cameli para fazer uma espécie de intervenção branca no seu escritório político. O primeiro acerto nesse sentido foi feito no mês de fevereiro, quando, segundo o Portal de Transparência do Estado, França permaneceu por 9 dias em Rio Branco.


O primeiro desembolso somente com diárias foi de R$ 5.738. Sempre que desembarca no aeroporto Plácido de Castro, o representante político faz questão de ficar em uma suíte de luxo, em hotel no centro da capital, com direito a café da manhã diferenciado e uma alimentação balanceada.


Ricardo França voltaria a assessorar diretamente o governador nos dias 3 e 4 de abril, tendo recebido R$ 900 em diárias em viagem ao Rio de Janeiro. É nos meses de maio e junho que, praticamente, o assessor fixou residência em Rio Branco. Nesse período, o governador Gladson Cameli anunciou a mudança de seu escritório da Casa Civil para o Palácio Rio Branco, mexendo em toda equipe de confiança. Tudo articulado por França, que passou a ser chamado de “o queridinho do Palácio”.


Entre maio e junho, além de organizar a nova estrutura de gabinete do governador do Acre, França o acompanhou em duas agendas internacionais. A primeira para os Estados Unidos, onde Cameli participou da caravana do presidente Jair Bolsonaro, no evento Word Affairs Council e da entrega do prêmio Personalidade do Ano. Depois, França acompanhou o governador para Lima, no Peru para audiência com ministros de relações exteriores. Nas duas agendas internacionais o Estado desembolsou mais de R$ 16 mil somente com diárias para Ricardo França.


As missões delegadas ao assessor número um do Palácio, incluíram entre maio e junho, rodada de negociações com os bancos internacionais, entre eles o BNDES e uma agenda com chineses que aconteceu em São Paulo.


De perfil moderado, Ricardo França trocou a assessoria do Senado para se transformar em coordenador do escritório político de Gladson Cameli. Embora na prestação de contas para o Tesouro Nacional conste reuniões com a Casa Civil, isso é que menos aconteceu. Ribamar e Ricardo há muito não se sentam em uma mesma mesa nem para o famoso cafezinho.


Antes de ingressar na assessoria do Palácio Rio Branco, França se envolveu em um escândalo nacional, foi apontado pela procuradora geral da república, Raquel Dodge, como um dos cargos públicos-chave, para sustentar a organização criminosa que se instalou no partido progressistas.


Ricardo, que foi chefe de gabinete de Gladson desde o período que foi deputado federal e senador da república, foi um dos 81 envolvidos no escândalo das sanguessugas, também conhecido como máfia das ambulâncias, uma quadrilha que desviava recursos do Orçamento da União por meio da venda de ambulâncias superfaturadas a prefeituras do país. Todos foram denunciados pelo Ministério Público Federal à Justiça, entre outros, por crimes de corrupção, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.


Ele chegou a ser condenado por corrupção passiva pela Justiça Federal do Mato Grosso e pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, mas como o processo se arrastou por vários anos, foi reconhecida a prescrição por meio de recente decisão da vice-presidência do Tribunal.


Nesta sexta-feira, 12, foi publicado no Diário Oficial do Estado uma correção no decreto de França. De acordo com documento assinado pelo governador Gladson Cameli, o “queridinho” vai responder pelo cargo de coordenador de gabinete do Chefe do Executivo em caráter eventual, conforme demandando por Cameli. A publicação dá a entender que a presença de França no Acre será menor do que nos meses anteriores.

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