Pesquisa reforça a importância da ciência para a evolução do país
Cerca de 60% dos jovens brasileiros defendem o aumento dos investimentos realizados na ciência, de acordo com o levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). E um mapeamento realizado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia voltada para a Comunicação Pública com pessoas entre 15 e 24 anos indica ainda que 80% dos entrevistados se interessam pelo ambiente científico, 74% por medicina e saúde e 67% por ciência e tecnologia.
Ambos os dados contrastam com os cortes orçamentários específicos para projetos científicos, a exemplo da suspensão das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A identificação não tem início apenas no ensino superior mas, na educação básica, os estudantes já começam a desenvolver projetos para feiras de ciências e outras iniciativas. A estudante Fernanda Marinoski, 15 anos, descobriu que se identifica com a área quando assistiu à apresentação sobre o projeto de iniciação cientifica. “Lá somos estimulados a ter mais responsabilidade e nossa criatividade é explorada ao extremo”, pontua.
Atualmente no 1º ano do ensino médio, a aluna iniciou no projeto no curso de inovações tecnológicas em maio deste ano. “Eu e meu grupo estamos em período de formação, que dura um semestre. Nesses seis meses aprendemos o básico: manusear ferramentas, programação, trabalhamos muito com placas do tipo arduino e etc”, explica sobre a formação que é imprescindível para começar a realizar pesquisas na área.
Em sua escola, os estudantes lidam com a própria construção do conhecimento tomando como ponto de partida as iniciações científicas, empreendedoras e tecnológicas. A aluna ainda está construindo a sua ideia de linha pesquisa, mas já tem certeza do que quer do futuro. “Meu objetivo é concluir o curso e me formar em engenharia mecânica”, planeja Marinoski.
Segundo o especialista responsável pela Iniciação Científica na rede SESI Bahia, Fernando Moutinho, os desafios e problemáticas do cotidiano dos alunos são utilizados como base para desenvolvimento e prototipagem de soluções tecnológicas e sinérgicas ao meio ambiente e indústria. “O maior interesse de nossos estudantes está voltado para as áreas de ciências da natureza e matemática, como biotecnologia, programação computacional, robótica e engenharia. No entanto, também temos projetos de pesquisa desenvolvidos em outras áreas como ciências humanas e linguagens”, observa Moutinho.
Os estudantes da instituição de ensino participam das principais feiras de iniciação científica nacional, como a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE, USP – São Paulo/SP) e a Mostra Brasileira e Internacional de Ciência e Tecnologia (MOSTRATEC, Fundação Liberato, Novo Hamburgo/RS). Como prêmios, são ofertadas as bolsas de iniciação científica júnior do CNPQ, credenciais em Feiras Nacionais e Internacionais, além de prêmios como tablets, medalhas, troféus e certificados.
“No ano de 2018, conquistamos duas vagas na delegação brasileira para representar o Brasil na maior Feira de Iniciação Científica do mundo, a Feira Internacional de Ciências e Engenharia Intel (International Science and Engineering Fair, INTEL-ISEF) realizada anualmente nos Estados Unidos”, pontua Moutinho.
Agência Educa Mais Brasil
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