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Não se pode viver sem música e sem água, diz o músico João Donato em entrevista

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Prestes a completar 85 anos, João Donato, um dos principais precursores da Bossa Nova, afirma que a música é sua vida e que não se pode viver sem ela. “Música é bom para qualquer coisa, música e água são indispensáveis”, acrescenta. Ele diz ainda que nasceu para bailar e, para comemorar o aniversário, que ocorre em 17 de agosto, iniciou a turnê “Nasci para bailar com elas”, ao lado de Wanda Sá, Joyce Moreno e Paula Morelenbaum.


O nome do show faz referência a uma das canções mais emblemáticas da carreira de Donato, que imprimiu um toque caribenho às suas composições. No momento, ele viaja pelo Brasil com as cantoras, mas em novembro fará turnê solo internacional. João Donato concedeu entrevista à jornalista Roseann Kennedy, para o programa Impressões, que vai ao ar na TV Brasil nesta terça-feira (9), às 23h.


O músico também festeja os 60 anos da Bossa Nova e ressalta a importância desse ritmo, que levou a música brasileira para o mundo inteiro e foi fundamental para popularizar o jazz. “O jazz nunca foi popular, sempre foi uma coisa para poucas pessoas. Comercialmente falando, nunca foi bem-sucedido. Mas quando chegou a influência da música brasileira no jazz, tornou-se música popular, chegou aos primeiros lugares nas paradas de sucesso. Isso nunca tinha acontecido antes”, analisa.

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Ao falar dos encontros nos quais surgiu a Bossa Nova, nos anos 1950, ele diz que “foi ontem” e relembra histórias. “Era uma turma boa. A gente andava junto diariamente. Ficava cada um mostrando a música para os outros. O Tom Jobim, o João Gilberto, o Johnny Alf. E a gente criava aquela amizade, aquela cumplicidade e aquele estilo acabou virando a Bossa Nova. Foi um belo momento da música do Brasil e chegou nesse estágio em que é admirada no mundo inteiro”, afirma.


Hoje, com mais de 500 composições, Donato expressa com vários adjetivos que seu objetivo com a música sempre foi tornar a vida mais doce, delicada, amorosa, compreensiva, pacífica, melancólica. “Eu gosto que a música contenha uma certa nostalgia, uma certa saudade que ela nos dá”, destaca. “Tudo acaba em música, graças a Deus!”


 


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