A secretária de estado de saúde no Acre, Mônica Feres, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, 2, para apresentar o que já fora realizado a nível de gestão na área da saúde. A regra agora, segundo Feres, é gerir firmada na humanização e trabalho em equipe. Ela escalou dois coronéis da reserva do exército para serem seus parceiros na reorganização da Sesacre – Jorge Fernando de Rezende e Vagner Matos de Morais – e também descartou a possibilidade de terceirização dos servidores. Em um mês, a atual gestora constatou que o Sistema Único de Saúde (SUS) no Acre não funciona e o fluxo de atendimento nas unidades está completamente desordenado.
“Mudar para melhorar”, é assim que ela pretende instalar uma estrutura que possa atender, de fato, o fluxo ideal da saúde. “Em 20 anos a saúde deteriorou o fluxo do SUS, que está totalmente caótico”, revelou. Mônica concorda inteiramente com o governador Gladson Cameli, quando ele diz que “dinheiro tem, o que falta é gestão”.
A ideia agora é fazer uma gestão dentro da humanização e equipe. “Já visitei os locais, as unidades, e estamos repassando paras os gestores que temos que fazer o SUS funcionar. Não tem outra solução”. Todas as tratativas estão sendo e continuarão a ser conversadas com os servidores da saúde, médicos, enfermeiros e técnicos.
Uma das mudanças que já entrará em curso é o repasse das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para responsabilidade do município, e não mais do Estado, como vem sendo. “O Acre é o único em que a UPA é de responsabilidade do Estado, nos outros ela é uma unidade de responsabilidade do município”, destacou Feres.
A estratégia é formar uma equipe técnica boa e seguir um organograma que acaba de ser elaborado. “Vamos entrar agora com três prioridades: verificação das escalas, do patrimônio e dos contratos na saúde. Com isso, vamos alcançar a transparência e planificação da gestão que queremos”, enfatizou.
A intenção de tanta movimentação é dar fluxo aos atendimentos do SUS, que se encontra numa situação caótica. “Já conservei com representantes das classes, como Conselho Regional de Medicina, sindicatos dos enfermeiros, representantes da igreja católica, gente da segurança pública, Pronto Socorro e Hospital das Clínicas. Resta apenas ter esse encontro com os municípios para chegarmos a um trabalho centralizado. E aos poucos vamos passar a responsabilidade das Upas para os municípios”.
A proposta da atual secretária é mudar e mudar de ponta a ponta, desde a atenção básica de saúde até atendimento de alta complexidade. Os agentes comunitários de saúde de bairros devem voltar a ser uma prioridade, uma vez que, para Mônica Feres, é necessário entender o que esta acontecendo na comunidade e fazer com que as pessoas se sintam abraçadas pela saúde.
“Assim conseguimos observar qual a situação das pessoas que residem nesse lugar e quais as necessidades de saúde delas”. A ideia é deixar a UPA para atendimento emergencial e encaminhar o paciente ao pronto Socorro somente em casos de atendimentos especiais. “As pessoas aqui ainda não têm referencia de serviço médico. A intenção agora é levantar escalas e pessoas para reorganizar as equipes pra esse fluxo funcionar”.
De acordo com a secretária, o levantamento de pessoal da Sesacre já foi feito e constatado que existe um número suficiente de pessoas pra fazer o que está sendo proposto. “Nos deparamos com gente que quer fazer as coisas acontecerem e queremos resgatar a vontade das pessoas trabalharem e fazer a coisa funcionar”, declarou Feres.
Questionada sobre a possibilidade de entrar com pessoal terceirizado na área da saúde, a gestora foi enfática ao dizer que a Sesacre possui profissionais bons e competentes que serão aproveitados. “No Pronto Socorro, está descartada a terceirização. Depois que estruturar e colocar as equipes no trabalho e se percebermos que uma unidade não está com sua equipe totalmente fechada, aí sim podemos pensar nessas possibilidade”.
A ideia, segundo Mônica, é, inclusive, diminuir os serviços terceirizados, uma vez que a Sesacre já trabalha com várias frentes de terceirização. “Precisa de um gerenciamento técnico com visão de liderança. Vai ter mudanças, não se consegue resultados diferentes fazendo as mesmas coisas”.
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