A explosão do barco em Cruzeiro do Sul no dia 7 de junho, que causou mudanças no transporte de combustível, continua repercutindo nas cidades isoladas do Vale do Juruá. A partir desta segunda-feira, 1 de julho, 34 das 43 escolas municipais ribeirinhas e rurais de Marechal Thaumaturgo, não têm mais aulas até que o abastecimento de combustível seja regularizado.
E de acordo com o prefeito Isaac Piyãko, as 8 escolas da zona urbana também deverão parar.
Em Thaumaturgo, 80% dos alunos mora e estuda na zona rural e ribeirinha. É em barcos que vão pra aula e é também nas embarcações que chegam a merenda escolar. Sem combustível pra logística do transporte escolar, o prefeito disse que “não há outra forma de garantir a mobilidade dos alunos e professores e dos insumos necessários para o bom funcionamento das escolas”.
Mas a falta de combustível afeta a vida dos estudantes das 8 escolas da zona urbana, já que também é necessário o uso de barcos para trazê-los para a cidade.
O Isaac já decretou Situação de Emergência na cidade pela falta de combustível e cobra que Marinha do Brasil e Antaq encontrem uma alternativa para o transporte de combustível até o município.
Prejuízo
Os empresários do ramo de combustível reclamam dos prejuízos, que devem ultrapassar os RS 150 mil com a proibição da Agência Nacional de Transporte Aquaviário Antaq, para o transporte de combustível entre Cruzeiro do Sul e Thaumaturgo há 23 dias sem apresentar nenhuma outra opção.
Seu Benjamim Ângelo da Silva, que tem um pontão na cidade, mostra a bomba lacrada e os tanques vazios. Diz que está se adaptando às novas regras da Antaq, e quer fazer tudo corretamente. Ele afirma que seu prejuízo já ultrapassou R$ 30 mil.
“Essa situação não pode persistir” , conclui ele.