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Marechal Thaumaturgo realiza 4° Festival do Feijão

Por
Sandra Assunção

Em Marechal Thaumaturgo são produzidos 9 tipos de feijão de diferentes cores, tamanhos e sabores. Para dar visibilidade ao produto e garantir mercado para o item, a prefeitura, com apoio da SUDAM e SEBRAE realiza um Festival de três dias (sábado, domingo e segunda) onde tudo gira em torno da cadeia produtiva do feijão.


O prefeito Isaac Piyãko, acredita que haja um giro de cerca de R$1,5 milhão nos dias de Festival, incluindo as vendas e o movimento em hotéis e restaurantes.


Nas barracas há alimentos doces e salgados feitos com feijão. São pastéis de forno com recheio de doce de feijão, bolinhas de feijão com calabresa, bolos e até pudim de feijão. As atrações artísticas e esportivas complementam a festa.


A maioria dos pratos as vendedoras aprenderam a fazer na oficina de Culinária ministrada por instrutores do SEBRAE e SENAR, que ensinam o modo de preparo de mais de trinta pratos a partir da leguminosa. Além da renda gerada com a comercialização, as mulheres podem diversificar a alimentação da família usando o feijão. A agricultura Marinete Barbosa, que planta e colhe o item, mostra orgulhosa as bolinhas de feijão que fez. ” Eu só fazia feijão cozido e pronto. Agora para cada dia da semana dá pra fazer um prato diferente e também vou vender as coisas que sei fazer”.


Também está no Festival, a Coopersonho , que comercializa feijão embalado com identificação da Cooperativa e da cidade de origem, o que agrega valor ao produto, que é vendido no Vale do Juruá e cidades do Amazonas como Guajará e Ipixuna. No ano passado a cooperativa produziu 63 toneladas, mas nem sempre o mercado é certo. ” A embalagem valorizou nosso trabalho mas temos que avançar mais e ter mercado seguro”.


O prefeito busca parceiros para vencer o desafio do isolamento que dificulta a logística de transporte do feijão de Thaumaturgo. Da SUDAM, além dos recursos para a realização do Festival, recebeu dois caminhões e duas patrulhas. Presente no Festival, o superintendente da SUDAM, Paulo Roberto Correia da Silva, assegurou a continuidade da parceria pra melhoria da qualidade de vida dos produtores de feijão, com a instalação de placas fotovoltaicas, para fornecimento de energia elétrica em 150 residências.


Pyiãko quer expandir o comércio do feijão de Thaumaturgo para outros estados, como São Paulo. Trouxe para o Festival, um especialista em promover marcas e prospectar mercados. José Luís de Paula Júnior cita que o feijão tem potencial pra ser mais um a garantir a inserção do Acre na bioeconomia. Apresentou uma embalagem que valoriza o feijão, assim como já fez com a farinha e a castanha. ” Essa origem primitiva do feijão local, agrega muito valor e ele tem potencial para ser um produto premium, gourmet”.


Variedade

Nas costas das praias e nos roçados há grandes plantios do tipo peruano, grugutuba, pretinho, Branco e preto, costela de vaca, quarentão, manteiguinha e outros.


Valdeci Furtado planta e colhe meia tonelada por hectare sustenta a família exclusivamente com a venda do feijão e diz que fica orgulhoso de saber que pessoas de Rio Branco comem o que ele planta e colhe. ” Aqui eu planto assim sem derrubar ou desmatar e não uso nada químico”.


No último dia do Festival, segunda feira, a prefeitura vai premiar o agricultor que mais produziu feijão nessa safra e que garantiu o produto com maior qualidade. Cada um ganha um motor de barco.


O feijão e suas possibilidades

Uma das novidades desse Festival é o pastel de forno recheado com doce de feijão, que leva chocolate, açúcar e coco.


Já a bolinha de feijão, outro sucesso de vendas do Festival, leva além de trigo e ovos, calabresa picante, que confere um exótico sabor à iguaria.


A freira Irmã Mariana conta que ficou surpresa com a diversidade de pratos feitos a partir do feijão. ” Um alimento abençoado por Deus com certeza!”


Na fronteira com o Peru

Marechal Thaumaturgo tem 18 mil habitantes e a maior parte vive na zona rural. Só se chega à cidade em aviões de pequeno porte ou pelo Rio Juruá, em balões, barcos ou lanchas.


Quem chega de avião, para na pista de pouso, faz uma caminhada de dez minutos, atravessa o Rio Amônia de barco e tem que subir uma enorme escadaria. Com muitas ladeiras a cidade e o povo são acolhedores.


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Sandra Assunção

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