Categories: Destaque 6 Notícias

Angolana que passou pelo Acre para tentar uma vida nova nos Estados Unidos relata drama

Por
Com informações do Estadão

Após dois meses de viagem por terra, saindo de São Paulo, Ana, angolana que morou durante três anos no Brasil, está há uma semana em um centro comunitário de Ciudad Acuña, no Estado mexicano de Cohuila, aguardando a autorização de entrada nos Estados Unidos.
Foi por meio dos conselhos dos demais africanos que já fizeram a viagem que Ana juntou US$ 2,5 mil por mais de um ano para chegar aos EUA. “Tem de pagar transporte, comida, pessoas para mostrar o caminho na mata”, explica.


A jornada até a fronteira de Coahuila com o Texas teve a primeira parada em Rio Branco, no Acre, passando por Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e, então, México. Até 15 horas seguidas em viagens de ônibus passaram a ser comuns para Ana e a filha nos últimos meses. Ela também fez uma viagem de barco, uma travessia na água e passou uma semana em uma trilha na mata.


Ela acredita que o fato de carregar a filha de 1 ano e 4 meses pode ter ajudado em certos trechos da viagem. “Quando a minha filha ficou doente, comecei a reclamar pelos meus direitos. Se você ficar quieta, as coisas não dão certo.”


As reclamações permitiram que a menina ficasse três dias internada em um hospital na Costa Rica. Uma amiga gestante não teve a mesma sorte no México – somente foi atendida após oferecer pagamento. “Eles sabem que estrangeiro carrega dólar”, recorda, indignada.


“Você até chora. Pessoas morreram de fome ou se perderam. Graças a Deus que estamos aqui”, relata, aliviada. Mas até uma semana atrás, Ana e sua filha estavam presas em um centro de detenção de imigrantes no México, na fronteira com a Guatemala. Ficaram lá durante 14 dias. Foi um tratamento inédito em relação aos demais países da jornada. “Não podíamos sair nem para comprar comida. Se as pessoas reclamam, mandam voltar para seu país”, diz sobre o tratamento dos agentes.


Agora, ela acredita que o pior já passou. Apesar de dormir a céu aberto, sendo alvo de mosquitos que atrapalham o sono, está animada, pois os funcionários do centro de imigração no México calculam que em um mês será possível entrar nos EUA desfrutando dos benefícios concedidos a refugiados. “Quando não se tem família lá, eles te dão uma casa e dinheiro para comprar comida, além de um documento que vale um ano. Sei que daqui a dois anos vou ficar bem.”


É grande a tentação de atravessar o Rio Bravo a nado e chegar ao destino mais rápido, como muitos fizeram, mas ao pensar na filha, a angolana repensa. “Quem entra pela água não tem direito a nada. Imagina se fiz tudo isso para nada?”


Share
Por
Com informações do Estadão

Últimas Notícias

  • Nacional
  • Notícias

Brasil mantém 3º lugar nas Paralimpíadas com ouros no atletismo e na natação

O Brasil se manteve na terceira posição do ranking das Paralimpíadas de Paris-2024 com os…

31/08/2024
  • Televisão

Morre Carlota Portella, coreógrafa e jurada da Dança dos Famosos, aos 74 anos

A coreógrafa Carlota Portella morreu neste sábado (31), aos 74 anos. A informação foi confirmada…

31/08/2024
  • Nacional
  • Notícias

Defensoria Pública e ICMBio assinam acordo para atendimento a indígenas e quilombolas

A Defensoria Pública da União e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)…

31/08/2024
  • Notícias
  • Pará
  • Região Norte

Avião com governador do Pará faz pouso de emergência em Tucuruí

Um avião que transportava o governador do Pará, Helder Barbalho, precisou fazer um pouso de…

31/08/2024
  • Acre 01
  • Notícias

Bocalom e Alysson participam da tradicional Calvagada; evento marca início da Expoacre

O prefeito de Rio Branco e candidato à reeleição, Tião Bocalom, junto com seu vice,…

31/08/2024
  • Televisão

Suposto namorado de Gugu Liberato reage à atitude de Rose Miriam com herança

Thiago Salvático, que afirma ter tido uma relação com Gugu Liberato, tomou uma atitude após…

31/08/2024