Em novembro, acordo de abertura comercial será assinado entre os presidentes Jair Bolsonaro e Martín Vizcarro, no Acre
“O que mais me motiva a participar deste encontro que estamos realizando é saber que a nossa união tem tudo para ser um sucesso. Tanto o Brasil quanto o Peru ganharão, igualitariamente, em todos os sentidos. Vai ser bom para aumentar nossa relação comercial, novos empregos serão gerados e a vida do nosso povo vai melhorar, eu não tenho dúvida disso.”
Foi com esta declaração que o governador do Estado do Acre, Gladson Cameli, abriu seu discurso no Encontro Binacional de Governadores da Fronteira Brasil-Peru realizado em Lima até a próxima quinta-feira, 13.
A reunião é uma excelente oportunidade para o debate de acordos que serão formalizados a partir deste ano entre as duas nações. Em novembro, os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Peru, Martín Vizcarra, pactuarão um termo sinalizando a abertura comercial e o fim de uma série de entraves aduaneiros que inviabilizam os processos de importação e exportação.
“O que precisamos fazer é agir o quanto antes para iniciar essa integração Brasil e Peru naquilo que for possível e já estou na expectativa deste acordo que será assinado, no Acre, entre os dois presidentes. É desta maneira que nós vamos avançar e concretizar esta relação comercial”, ressaltou o governador Cameli.
O embaixador do Brasil no Peru, Rodrigo Baena, recordou que o país vizinho já chegou a ocupar a terceira colocação dentre os principais importadores de produtos brasileiros, cenário bem diferente do atual momento. Em meio a esta regressão, o Chile viu a potencialidade do Peru e saiu na frente para estabelecer acordos internacionais e tem obtido expressivos números em sua balança comercial nos últimos anos.
Baena afirmou que a reativação da vice-chancelaria da Câmara Comercial Brasil-Peru garante o retorno de comissões permanentes para tratar o assunto com a sua devida prioridade. “Percebo que há o genuíno desejo de ampliar a relação comercial entre os dois países e eu acredito que a volta da vice-chancelaria vai levar o assunto para que seja resolvido no campo político”, disse.
O ministro das Relações Exteriores do Peru, Néstor Popolizio, explicou que quase 50% do território de seu país encontra-se na faixa de fronteira com os estados do Acre e Amazonas. Nesta extensa área de terra vive 1,5 milhão de peruanos.
Popolizio explicou que, historicamente, a região fronteiriça não recebeu o devido investimento por parte do Governo do Peru. O ministro enfatizou que este erro começou a ser corrigido a partir da construção da rodovia Interoceânica, mas que é preciso realizar muitos outros investimentos que assegurem o desenvolvimento do Sul do Peru.
“O governo do Peru tem muito interesse em melhorar a infraestrutura de toda região, que por muitos anos não recebeu a devida atenção, e esta porta que começa a se abrir pode ser uma das alternativas para diminuir os índices de pobreza e melhorar a vida de milhares de peruanos que moram ali”, observou o ministro.
O departamento de Madre de Dios está na fronteira com o Estado do Acre e apesar desta proximidade, a relação institucional entre os dois governos é praticamente inexistente.
Com objetivo de estreitar os laços entre Acre e Madre de Dios, os governadores Gladson Cameli e Luis Hidalgo Okimura estão dispostos a firmar acordos que beneficiem as relações comerciais e suas respectivas populações.
No que se refere ao transporte de cargas, a intenção é normatizar o tráfego de veículos. Por questões protecionistas, caminhoneiros e entidades peruanas não permitem o trânsito de caminhões e carretas dentro de seu território, o mesmo tratamento não é dado nas rodovias brasileiras.
Outro tema abordado foi a questão de convênios na área da Saúde. A intenção é que pacientes em estado grave no Peru sejam atendidos por especialistas em hospitais públicos de Rio Branco, o mesmo vale para brasileiros que necessitarem da estrutura do país vizinho. O fortalecimento de parcerias na Educação também foi pontuado. O propósito é estreitar o campo da pesquisa entre a Universidade Federal do Acre e a Universidade Amazônica de Madre de Dios.
O projeto de uma nova rodovia binacional entre Acre e Peru foi tratado durante o encontro de governadores. Gladson Cameli explicou que apenas 200 quilômetros separam as cidades de Cruzeiro do Sul e Pucalpa.
O gestor acreano demonstra grande interesse que esta nova rota seja efetivada, assim como o governador de Ucayali, Francisco Pezo Torres, que afirmou ser crucial a construção da estrada para contribuir com o desenvolvimento desta região peruana.
“Apesar da proximidade, não temos nenhuma relação com nossos irmãos brasileiros. A viabilidade desta rodovia abre a possibilidade de maior integração com o Acre e, com certeza, isso contribuirá para que possamos fazer negócios e estabelecer esta nova rota comercial”, esclareceu.
Geograficamente, o Norte peruano é o local onde há o rebaixamento das Cordilheiras dos Andes, facilitando o tráfego de veículos pesados até o oceano Pacífico.
Wesley Moraes – Agência de Notícias do Acre
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