O Ministério da Saúde do Peru declarou neste domingo (9) emergência sanitária em cinco regiões do país devido ao aumento incomum de casos da síndrome de Guillain-Barré. Ao todo, já foram registrados 50 casos nos últimos dias, com pelo menos uma morte.
A doença não tem causa específica e leva à paralisia dos membros. A incidência da síndrome no país pode até dobrar neste ano, de acordo com o Centro Nacional de Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças.
A declaração de emergência vale por 90 dias e busca agilizar as compras de remédios que assegurem a provisão de atendimento médico aos pacientes, segundo indicou a resolução publicada hoje no jornal oficial “El Peruano”.
As regiões em emergência são Piura, Lambayeque, La Libertad, Junín e Lima. O ministério pretende destinar um orçamento equivalente a US$ 2 milhões para estas localidades.
Aumento atípico de casos
Um policial morreu em um hospital da região Junín. A síndrome apresenta como sintomas a fraqueza muscular geral e a pressão alta.
O Instituto Nacional de Ciências Neurológicas afirmou que os casos atuais da síndrome de Guillain-Barré apresentam caraterísticas incomuns e atípicas que requerem tratamento de início rápido ou imediato.
Em uma visita a Piura, uma das regiões mais afetadas pelo surto, a ministra da Saúde, Zulema Tomás, explicou na sexta-feira (7) que o aumento dos casos acontece no mesmo período do ano passado, ao coincidir com a mudança de estação, o que facilita a propagação desta doença que afeta o sistema imunológico.
Por sua vez, a diretora-geral do Centro Nacional de Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças, Gladys Ramírez, destacou que a incidência regular da síndrome de Guillain-Barré no Peru é de entre 200 e 300 casos por ano, mas que este ano pode chegar a 600.
“Estamos em Piura para saber qual é a causa deste surto e investigar que tipo de vírus ou bactéria ocasionou estes casos e especificamente saber que tipo de Guillain-Barré estão desenvolvendo”, acrescentou Ramírez.
A diretora-geral do Instituto Nacional de Ciências Neurológicas, Pilar Mazzeti, reiterou que essa síndrome não é contagiosa e que o vírus só se desenvolve quando o sistema imunológico da pessoa está fraco.