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O côncavo e o convexo

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Luiz Calixto
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O PMDB é um partido de profissionais. Nele não há espaços para amadores. Jocosamente, poderia se dizer que o mais “besta” deles consegue beliscar azulejo.


A eficiente tática partidária de nunca se entregar de corpo e alma nem a governo nem a oposição, sempre lhe rendeu resultados extraordinários nas urnas.


Harmoniosamente, o partido costuma se dividir em duas bandas: metade fica no poder e outra metade faz o papel de oposição.

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A metade governista garante a metade oposicionista e esta, por sua vez, aumenta o cacife e, por conseguinte, as vantagens da parte que ficou ao lado do poder.


E nesse bolero de “dois pra lá, dois pra cá“ todos se dão as mãos e ninguém reclama de ninguém.


Do jeito que der todos se dão bem: se o governo estiver de bem com a população, o cobertor da parte governista cobre os rebeldes. Se o efeito for o contrário, não tem problema, pois o partido também estava na oposição.


É importante observar o respeito mútuo das bandas: a parte bem contemplada com as vantagens e benesses do poder nunca toma posição exigindo fidelidade partidária ao projeto que os elegeu e a adesão daqueles que, em tese, ficaram de fora do banquete. Estes, por sua vez, não dão um pitaco sequer para exigir o desembarque e a entrega dos cargos do governo para o qual discordam e, por isso, fazem oposição.


Nesse ritmo o partido sempre conseguiu ter a maior capilaridade nacional e é o maior partido desde os tempos do bipartidarismo vigente na ditadura militar.


 


Ou seja, é o único que tem diretórios em todos os municípios brasileiros, privilégio que sempre lhe garantiu a eleição das maiores bancadas, de vereadores a senadores, e é a noiva preferida de todos para as coligações.


E por que agem assim? Simples: são profissionais da política e o método adotado pela estratégia partidária não tem a menor chance de dar errado.


Se o governo for bem, a parte governista arrasta os que optaram por fazer oposição e, se der errado, estes retribuem a guarida correspondente.


Aqui no Acre este exemplo é patente: o “glorioso” é um dos partidos mais privilegiados na divisão de cargos no governo Gladson Cameli com secretarias, várias diretorias e mais de uma centena de CEC’s. No entanto, seus dois parlamentares fazem mais oposição que a finada Frente Popular do Acre, mas evitam questionar os parceiros que estão em cima da carne seca.


Neste momento, o Poder Executivo almeja aprovar uma reforma administrativa sob o argumento de que precisa adequar o tamanho de sua estrutura às necessidades do Estado.


Fala-se em 450 cargos comissionados. De qualquer forma o  PMDB se dará bem. Parte disso será ocupado por militantes, mas  deputados anunciam que votarão contra o projeto governista, ficando, portanto, de bem com a população, que rejeita a criação de cargos de natureza política.


Resumo: no final todo mundo vai ficar bem, tanto os governistas quanto os opositores.


*Luiz Calixto escreve todas as quartas-feiras em ac24horas.

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