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O que Rondônia não tem: a crocante e deliciosa farinha de Cruzeiro do Sul

Por
Edmilson Ferreira

Granulada, grossa, crocante, bem torrada e feita artesanalmente… Em 2009, o jornalista rondoniense Montezuma Cruz escreveu que Cruzeiro do Sul fabrica a melhora farinha do Brasil. Dez anos depois, é possível ver esse produto em praticamente todos os mercados das cidades ao longo da BR-364 no Estado de Rondônia.


As características citadas na abertura do texto são citações da Agência Brasil que alertou, tempos atrás, que estas se mantém as mesmas há mais de um século -ou seja: a técnica de processamento é passada de geração em geração sem se perder um milímetro da receita.


Tudo é muito detalhe. A cientista Joana Leite passou mais de uma década estudando essa atividade contabilizando 20 etapas até chegar ao ponto que dá água na boca. Mas não só são os acreanos que a estudam: a Universidade Federal da Bahia já se dedicou ao tema também, entre outras instituições.


Em Rondônia a saca de 50 quilos é vendida a R$ 100. À granel, o quilo sai por R$2,50. Rondonienses gostam da farinha de Cruzeiro do Sul que a negociam em portais especializados, como a OLX, e em aplicativos.


A legítima tem a Indicação Geográfica e pode ser confirmada com QR Code. E é preciso vir de comunidades específicas para ser considerada original. Estudos da Embrapa mostraram que as melhores farinhas são as produzidas na comunidade Alto Pentecostes e Ramal da Macaxeira, em Cruzeiro do Sul.


A farinha de mandioca de Cruzeiro do Sul tem grande valor cultural e contribui para a garantia da segurança alimentar de centenas de famílias, além de ser o principal produto agrícola da regional Alto Juruá. Além do município de Cruzeiro do Sul, a região delimitada pelo selo de procedência também abrange os municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.


O agronegócio da farinha apresenta uso intensivo de mão-de-obra familiar no cultivo da mandioca no campo e no processamento que demanda cerca de 70% da mão-de-obra.


Em Porto Velho, a farinha de Cruzeiro do Sul está no Mercado do 1 e em bancas nas ruas. Só comparando para saber se é a verdadeira… É bom lembrar: a legítima farinha de Cruzeiro do Sul está patenteada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial para o coletivo de agricultores familiares de comunidades do Juruá.


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Edmilson Ferreira

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