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Para Binho, educação precisa de mudanças na distribuição de recursos aos estados

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Thais Farias

O ex-governador do Acre Binho Marques concedeu entrevista nesse final de semana ao FuturaPlay, onde falou sobre investimentos e gestão dos recursos destinados à educação no Brasil. Binho já foi dirigente do Ministério da Educação e hoje atua como consultor de políticas públicas em educação. Conceituado conhecedor da situação educacional do país, Marques destacou medidas que podem melhorar, significativamente, a qualidade da educação oferecida por municípios e estados brasileiros.


O Brasil destina cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. Um montante alto se levar em consideração a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), porém, muito baixo se considerar que o país é extenso e com uma grande dívida para com a educação de seu povo.


“Um dos meios é investir de forma correta os recursos destinados à educação. É preciso acabar com a “intriga” entre economistas e educadores para que se possa investir mais na educação”, salienta Marques.


Binho também ressalta que o país tem graves problemas de gestão. “O atraso que o Brasil tem com a educação faz com que precise investir muito mais do que já investe na educação. Não dá para continuar a gastar 3.800 dólares por aluno, enquanto que a media da OCDE por aluno é 10 mil dólares”.


Segundo o consultor, estudos recentes demonstram que o investimento na educação provoca, sim, melhora a qualidade da educação. “Todo dinheiro que você coloca na educação tem efeito na qualidade, mas as coisas precisam ser ‘casadas’, investir e evoluir proporcionalmente ao que é investido”.



Fundeb

Sobre a renovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), prevista para 2020, Binho sugeriu mais justiça na distribuição do recurso. “Estamos diante de uma oportunidade que não podemos perder, de fazer um Fundeb melhor na forma de distribuir os recursos”, garante.


Segundo ele, o ideal seria fazer uma redistribuição, não por estado, mas por ente federativo, onde se observaria cada município e estado, avaliando a situação e fragilidades socioeconômicas de cada um para enviar mais aos que têm menos.


MEC

Marques também salientou que o Ministério da Educação (MEC) possui muitos programas com pouco ou nenhum impacto real na melhora da qualidade da educação. “Poderia reduzir a quantidade de programas, dando melhor diversidade e entendendo a realidade de cada local”. Para ele, boa parte do investimento do MEC se perde. “Não tem efeito na qualidade da educação, pois não dialoga com realidades diferentes”, enfatiza.


Uma solução para esse problema, de acordo com o consultor, seria descentralizar mais os programas do MEC e repensar outros, inserindo tais recursos diretamente no Fundeb. “Tem como reunir um conjunto de ações e apontar para os municípios e estados o que deve ser feito, dando mais liberdade para os mesmos”.


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Thais Farias

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