O brasileiro é um craque em rotular situações e pessoas. Basta uma opinião sobre qualquer assunto e imediatamente a essência do debate é deixada de lado para, em seguida, dar lugar a rótulos. É o que poderia ser chamado de tática da vulgarização.
Quem é da política certamente já foi taxado de petralha, coxinha, neoliberal, comunista, esquerdopata, entre outros adjetivos.
Se a intenção é desclassificar uma ideia ou diminuir a capacidade de um adversário, julgam como suficiente colar no alvo um rótulo de natureza depreciativa.
Poucos são os que estão disposto a debater temas importantes com a seriedade e a profundidade necessárias.
A análise supérflua, e na maioria das vezes irresponsável, quase sempre prospera, em razão da preguiça e da desonestidade intelectual.
Aqui no Acre não foi diferente. Em tempos de florestania o “Judas” da hora foi o nosso vizinho Estado de Rondônia. As milhares de bocas do exército floresteiro se encarregaram de demonizá-lo, sem, ao menos, se dar ao trabalho de mergulhar nos números da economia e da produção daquele Estado para saber se, de fato, “rondonizar” nosso modelo de desenvolvimento seria uma maldição.
Nas duas décadas que o Acre passou patinando em suas teorias de “desenvolvimento sustentável”, bancado por vultosos empréstimos nacionais e internacionais, o nosso vizinho ficou mais rico e mais independente do poder estatal.
A título de exemplo vale registrar que, enquanto em Rondônia 82 mil famílias foram contempladas pelos programas sociais do governo federal, no Acre foram atendidas 86 mil famílias. Detalhe: Rondônia tem 1 milhão de habitantes a mais que o Acre.
É mais fácil rotular e amaldiçoar negativamente do que reconhecer que o nosso vizinho tem uma produção extraordinária de café, de grãos, uma bacia leiteira que permitiu a instalação de vários laticínios, cacau, porco, galinha, hortifrutigranjeiros etc.
A extensa produção de soja, que faz o Estado ocupar o 4° lugar no ranking nacional, convive com agricultura familiar, cuja diversificação aquece a economia para não deixá-la refém dos salários de servidores públicos.
Problemas todos os Estados os tem e Rondônia certamente não é um oásis. Com certeza os índices de violência, de desenvolvimento humano, também não são essas “coca-colas” toda, mas na produção e na agregação de valores não chegamos nem perto.
Todavia, seria mais bonito reconhecer que falhamos. Admitir honestamente que a propaganda oficial foi infinitamente superior aos resultados reais.
São duas décadas praticamente perdidas. Metaforicamente, estamos igual a cachorro correndo atrás do rabo. Ainda não nos encontramos com nossa vocação.
Em Rondônia se tem mais de uma dezena de fábricas de peixes, nenhuma delas na magnitude e modernidade da nossa Peixes da Amazônia. Apenas com a fundamental diferença: todas funcionam e sem participação de dinheiro estatal.
No lugar de tão somente falar mal do modelo vizinho, deveríamos nos envergonhar e admitir que a grama deles é, de fato, mais verde que a nossa.
Em qualquer comparativo de produção nós perdemos de 7 a 1. Enquanto desperdiçamos nosso tempo desqualificando-os e vulgarizando-os, os municípios de Cacoal e Pimenta Bueno se afirmam como centros de produção de modinhas e confecções. Em breve nossas sacoleiras não precisarão mais ir a Goiânia.
A razão desse preconceito só teria sentido e justificativa se n’algum item de produção a economia acreana fosse superior.
Antes da crítica superficial e ciumenta, é importante perguntar: o que é que Rondônia tem que nós não temos?
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