A equipe de Bombeiros da Força Nacional de Segurança Pública que ajudou no socorro às vítimas do ciclone que devastou Moçambique retornou ao Brasil.
O país africano foi atingido por um ciclone que afetou 850 mil pessoas. Cerca de 260 mil crianças ficaram desabrigadas.
No dia 29 de março, o Brasil decidiu enviar uma equipe pioneira de profissionais para ajudar a amenizar a dor de milhares de pessoas.
Os 39 bombeiros, chefiados pelo xapuriense Vandernilson Peres, Tenente-Coronel do Corpo de Bombeiros do Acre, embarcaram em um avião Hércules da Força Aérea Brasileira com destino a Moçambique, levando duas viaturas, material, equipamentos e os suprimentos necessários. A viagem durou três dias, com escalas na Costa do Marfim e Angola.
“Nos deparamos com um cenário de guerra, a cidade estava devastada. As imagens de destruição deixadas pelo Ciclone Idai foram muito fortes, realmente impactantes. Víamos pessoas pedindo ajuda o tempo todo, o sofrimento era nítido, idosos mulheres e crianças quando nos viam, cantavam e expressavam sentimentos de gratidão pela nossa presença e ajuda que levávamos a eles”, afirma Vandernilson.
A equipe de bombeiros da Força Nacional ainda ajudou as vítimas de um segundo ciclone que atingiu Moçambique.
Em voo fretado pela ONU, a equipe brasileira realizou o salvamento e resgate de pessoas na Província de Cabo Delgado. Em apenas dois dias conseguiram resgatar 970 pessoas.
“Foi um trabalho desgastante, pois no 1° dia chovia muito e as dificuldades aumentavam com a subida da água da chuva, mas ao final valeu a pena quando socorremos tantas pessoas. Realmente foi emocionante e cansativo, mas voltamos para o Brasil com a sensação do dever cumprido”, explica o bombeiro acreano.
Vandernilson, mesmo acostumado a lidar com tragédias por causa da profissão e trabalhar muitas vezes no limite entre a vida e a morte de quem está resgatando conta como a experiência em Moçambique o transformou como ser humano.
“Ao ver o sofrimento, pelo que passa o povo moçambicano, me trouxe grandes ensinamentos, despertou em mim a perseverança, a experiência em lidar com determinada situação, a capacidade de superar conflitos, obstáculos, dores e a resiliência. E foi isso que o povo moçambicano me ensinou, quando sorriam e cantavam diante das adversidades.