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Madeireiros se sentem ameaçados por jornalista; MP oferece denúncia

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Da redação ac24horas

O jornalista Altino Machado, um dos mais respeitados e conhecidos do Acre, está sendo denunciado pelo Ministério Público do Estado a pedido do Sindicato das Indústrias de Madeireiras do Acre.


Tudo por conta de uma postagem do jornalista, que mora no bairro Irineu Serra, em Rio Branco, e há muito tempo denuncia os transtornos causados pelo trânsito de caminhões carregados de madeira durante os verões amazônicos.


A denúncia oferecida pelo MPE surgiu após um boletim de ocorrência registrado pela presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Estado do Acre, Adelaide de Fátima, que afirmou se sentir intimidada com a postagem do jornalista no Facebook.


No entendimento dela e do promotor de justiça Francisco José Nunes Cavalcante, as perguntas feitas pelo jornalista na rede social estimularia a prática de crimes contra o patrimônio da empresa e a segurança dos caminhoneiros.


Consultado pelo ac24horas, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Acre, Marcos Vinícius Jardim, atualmente Conselheiro Federal da entidade, a ação do Ministério Público é de “desarrazoabilidade total”.


“No meu sentir há desproporcionalidade na movimentação da máquina judiciária. A frase considerada nuclear a justificar o processo criminal (gravoso por conceito), demanda contextualização que parece desapercebida pelo acusador e que à evidência não significa a elencada incitação a crime. Sob minha ótica, a medida é desarrazoada”, afirmou Jardim.


O Conselheiro Federal da OAB acrescentou: “Basta um paginar nas manifestações pretéritas constantes daquela rede social para descortinar que a frase inquinada nada mais é que uma figura de linguagem, que (exatamente por se tratar de figura de linguagem) emprega forte conotação crítica à uma conduta que se mostra repetitiva. Denota-se que a frase tem a finalidade única de demonstrar indignação e impotência diante de uma situação que transparece insistente e inevitável, intento muito distante de qualquer interpretação que leve a crer que o autor pretenda estimular a prática de qualquer crime”.


O jornalista Altino Machado declarou ao ac24horas que não incitou a prática de nenhum crime. “O que impressiona é que o Ministério Público do Acre não foi capaz agir em defesa da causa que levantei incansavelmente, isto é, contra o trânsito inadequado de caminhões carregados de madeira, inclusive em horários suspeitos, com peso fora dos padrões, causando danos ao pavimento asfáltico, que é um patrimônio público. Este processo tão absurdo não demanda interpretação da lei, mas capacidade de interpretação de texto. Torço para que haja bom senso por parte do magistrado que vai julgar o caso”, comentou.


O caso virou manchete no site da Revisa Consultor Jurídico, onde foi destacado como “processo aberração”. Leia mais aqui.



 


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