Uma das mudanças promovidas pela reforma administrativa do governo Gladson Cameli foi a junção dos setores ligados à produção rural em uma única secretaria. Da Seaprof (Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar) e da Seap (Secretaria de Agricultura e Pecuária) surgiu a Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio, a Sepa.
Além da mudança no organograma do governo, a nova secretaria também exigiu mudança no local de trabalho de diversos servidores. Sob a alegação de economia, o governo decidiu fechar a sede da Seap, localizada no Aviário, e juntar todos os profissionais em um único espaço, na sede da Seaprof, que fica situada na Estação Experimental, e que também já abriga os servidores da Emater.
A maioria dos servidores, principalmente da Seap, nunca concordaram com a mudança de local de trabalho.
“A gente já imaginava que ia ter problema. Alguns ainda tentaram conversar com a nova gestão, mas não teve diálogo e fomos obrigados a ir para a Seaprof”, diz um servidor lotado na antiga Seap, que prefere não se identificar.
Com tanta gente, foi preciso remanejar servidores de algumas salas e reorganizar o espaço para que coubesse os servidores em um único espaço. As mudanças trouxeram desconforto, principalmente para os servidores da Emater, que trabalharam por décadas em um mesmo local e tiveram que sair para acomodar os recém-chegados.
O resultado é que o clima ficou muito ruim entre os servidores. Tanto que os profissionais lotados na antiga Seap fizeram um abaixo assinado e entregaram no Gabinete do Governador Gladson Cameli pedindo para retornarem à antiga sede da secretaria. “Isso não é correto. Ficou muito apertado, a gente não consegue trabalhar com tranquilidade com tanta gente. Os servidores que já estavam aqui, principalmente da Emater, soltam piadinhas e isso é desconfortável para qualquer profissional”, afirma.
Como Gladson estava em viagem para Brasília, os servidores tiveram a promessa de que vão entregar pessoalmente o abaixo assinado ao governador nessa próxima semana. “Nós contamos com a sensibilidade do governador. O nosso prédio tá lá abandonado, sem nenhuma utilidade e se querem realmente que a gente produza é preciso que tenhamos condições favoráveis de trabalho”, diz um dos servidores que organizou o abaixo assinado.
Dos 65 servidores que trabalhavam na antiga sede da Seap, 53 assinaram o abaixo assinado.
A prova de que as relações não são boas foi confirmada por uma servidora da Emater que pediu para não ser identificada. “Não é uma questão contra os servidores da Seap. Mas não vamos negar que a situação foi mal conduzida. Nos tiraram do local onde alguns servidores trabalhavam há décadas. Realmente, nos sentimos desprestigiados”.
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