O déficit previdenciário do Acre é de R$ 300 milhões com custo de R$ 357 para cada acreano. Esse valor é o menor do País, mas reflete uma situação negativa e que, pela sua própria natureza, só piora se não forem feitos ajustes regulares. Os dados tem como base o ano de 2017 e foi produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). A entidade realizou um trabalho com estatísticas previdenciárias que refletem a tendência de degradação das contas nos Estados.
Além disso, o Acre tem quatro de suas 22 cidades onde o número de aposentados é igual ou maior que o de trabalhadores na ativa. Em Sena Madureira tem 1,5 aposentado para cada pessoa trabalhando. Feijó, Cruzeiro do Sul e Tarauacá a proporção é de 1/1. Os demais, tem menos -algo entre 0,2 a 0,9/1.
No país, uma em cada três cidades já tem mais aposentados do INSS que trabalhadores com carteira assinada, que contribuem para o Regime Geral da Previdência Social.
O governador Gladson Cameli está seriamente preocupado com a questão e está promovendo mudanças no Acreprevidência. Os últimos anos foram especialmente cruéis e agravaram o panorama fiscal do Acre: em 2017, o gasto com pessoal foi a 63% da receita corrente líquida, bem acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Em 2018, voltou a baixar, mas todo cuidado é pouco. “Em 2016, auge da crise econômica, entre as 27 unidades da federação, apenas duas ultrapassaram o limite máximo de despesa: RJ e RN. Em 2017, esse número subiu para quatro (RJ, TO, AC e RR). Já em 2018, foram cinco estados gastando acima do limite legal (MG, MT, TO, RR e PB)”, relata a Firjan.
No todo a situação não é brincadeira, mas há uma parte que Gladson terá de mexer que pode constituir-se em um vespeiro: no Acre, a remuneração de um trabalhador ativo é cerca de R$1.000,00 menor que o de um aposentado. Enquanto um aposentado ganha média de R$4 mil o trabalhador ativo recebe R$3 mil. O Acre está entre os 14 Estados onde essa situação prevalece.