A apresentação da Paixão de Cristo, em Rio Branco, não contou com dinheiro público esse ano. Com isso, foi preciso recorrer aos fiéis pela primeira vez. A apresentação ocorreu nas escadarias do Palácio Rio Branco, no Centro, e reuniu milhares de pessoas, como todos os anos.
A estrutura montada, incluindo sonorização, iluminação e instrumentos musicais, tendas e equipamentos da peça teatral foram frutos de parcerias conseguidas pelos irmãos da igreja. No microfone, o orador do evento pedia minuto a minuto: “até mesmo R$ 1,00 para ajudar no pagamento da estrutura usada” no evento.
O bispo de Rio Branco, dom Joaquím Pertiñez, confirmou que não houve apoio do Governo do Acre, e a única forma viável foi recorrer aos fiéis. “Infelizmente não tivemos esse apoio, porque não houve condições por parte do governo, mas estamos aqui fazendo essa linda encenação, como todos os anos”, limitou-se a comentar.
Antes da apresentação, pelo menos 25 mil fiéis percorreram as principais avenidas do Centro e do bairro Bosque, durante a procissão do Senhor Morto, tradicionalmente realizada na Sexta-Feira da Paixão. Em meio ao trajeto, católicos de diversas comunidades e paróquias da cidade se uniram à procissão.
A Sexta-feira Santa é o único dia do ano em que não há Eucaristia e o altar fica descoberto, sem nenhuma decoração no presbitério. A sexta-feira santa, curiosamente, é um dia em que se comemora a morte e a paixão de Jesus, ocorrida, segundo a história, há cerca de 2.000 anos.
A Semana Santa expressa o momento mais forte da fé cristã. Iniciada com o Domingo de Ramos, o período é marcado pela instituição da eucaristia, o lava-pés, a Paixão de Cristo e a ressurreição. Os fiéis são chamados a vivenciar a experiência da conversão ao participar das celebrações que revivem o testemunho de Cristo.