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Crônica de um mundo que não pertence a nós mortais

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A montagem sobre fotos de Sérgio Vale que ilustra esse texto é mais do que uma simples imagem engraçada. Ela vai além dos sorrisos que desperta. Diz muito para quem tem acompanhado com atenção o noticiário político dos últimos dias no Acre.


É um pouco da tradução da imensa dificuldade que o atual governo tem tido no campo da articulação política. Gladson Cameli tem colecionado derrotas consideráveis na Assembleia Legislativa para quem tem uma ampla maioria no parlamento.

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Alguns fatores colaboram para esse inesperado e tão rápido desgaste político. O primeiro é a oposição. Pequena, mas qualificada. Nomes como o do comunista Edvaldo Magalhães, presidente da Aleac por dois mandatos e que conhece como poucos os meandros do parlamento já era de se esperar um oposicionista extremamente preparado. Não se pode menosprezar o comunista Jenílson Leite e do petista Daniel Zen, que estão já no segundo mandato e também são qualificados. Menos ainda o posicionamento firme que tem demonstrado o deputado Roberto Duarte (MDB). Mesmo estando eu seu primeiro mandato na Aleac, Duarte é um dos mais inteligentes da atual legislatura e tem sido, assim como prometeu durante sua campanha eleitoral, totalmente independente em relação ao governo Gladson Cameli.


Mas há outros fatores. Pode se somar a inércia de muitos parlamentares que fazem parte da base de sustentação e que por suas atuações na Aleac até agora dão a entender que, mesmo com disposição de defender o governo, falta competência para tanto.


Todo esse cenário acaba esbarrando na liderança do governo. Gerlen Diniz (Progressistas) tem tido imensa dificuldades em contrapor a oposição nos debates da casa. Tanto que já corre o boato de que sua posição de líder de Gladson Cameli na Aleac estaria ameaçada.


Coincidência ou não, nesta semana que Gerlen não esteve na assembleia em razão de um suposto tratamento de saúde, surge uma nova voz na defesa do governo, que se comportou nos debates em torno da criação da CPI da Energisa como liderança na Aleac. O deputado Tchê (PDT) puxou para si a responsabilidade do enfrentamento com a oposição.


A sombra do espelho da mesa nos faz pensar algo que está escondido nas entrelinhas.



A postura de Tchê como líder do governo coloca Gladson Cameli em uma sinuca de bico. E a conclusão é simples. Gerlen, se não tem o mesmo desempenho de Tchê na tribuna, tem a confiança do Palácio Rio Branco. É do mesmo partido do governador e para compensar o ônus de ser líder na Aleac abocanhou quase todos os cargos do governo em Sena Madureira, sua base eleitoral. A gula foi tanta que provocou um racha do prefeito Mazinho Serafim com o governador.


Contra Tchê pesa exatamente o que sobra em Gerlen, a confiança. Afinal, Tchê foi eleito pela Frente Popular. Inclusive, Emylson Farias, candidato a vice-governador de Marcos Alexandre era do PDT, além de ter sido secretário de segurança pública de Sebastião Viana, uma das mais cobiçadas secretarias do governo. A vaga de vice foi, inclusive, uma exigência de Tchê para que o PDT se mantivesse na Frente Popular.


Com a palavra Gladson Cameli. Ao leitor, só resta esperar as cenas dos próximos capítulos e se divertir com a montagem do nosso departamento de arte, sobre fotos do imbatível Sérgio Vale.


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