O corredor das enfermarias do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) está lotado de pacientes com fraturas. Os enfermos não sabem mais a quem recorrer diante da negativa da Direção do hospital, considerado o maior para atendimentos de urgência e emergência do Estado.
Aline Lorrany, filha de um dos pacientes internados há quase dois meses no hospital, conta que falta cadeira para os acompanhantes e que quem quer dormir com os pacientes, precisa se deitar no chão, sem ao menor ter direito a uma colchonete. Ela diz que não há mais espaço para novos pacientes.
“Hoje nós fomos à Direção para reclamar, mas nem receberam. Aqui a gente é tratado como lixo, ninguém quer dar informação certa, ninguém sabe esclarecer a situação. Faz tempo que a gente está aqui, e eles não marcam a cirurgia do meu pai. Tem muitos idosos aqui em cima, no correr também, e eles estão sofrendo”, conta.
O corredor das enfermarias é onde ficam principalmente pacientes vítimas de acidente de trânsito ou domésticos. Quando os ossos são quebrados, quase sempre os pacientes precisam de cirurgias, mas os procedimentos estão praticamente suspensos dentro do hospital, por falta de material.
“Tem uma idosa muito mal na feminina, que está para morrer. Ela não está mais nem falando, para você ter ideia. Os médicos ficam dias sem vir aqui na enfermaria fazer visita, só chegam ali no balcão mesmo, no máximo. Essa semana soubemos que não tinha nem linha para costurar o pessoal que faz cirurgia”, revela Maria Rosangela Viana, que é acompanhante da ala feminina.
