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O dilema de Gladson Cameli

Por
Luis Carlos Moreira Jorge

O governador Gladson Cameli tem de resolver logo um dilema: se vai governar com pulso forte ou cedendo a cada pressão de dirigentes partidários, deputados e empresários. Um caso típico é o do secretário de Agricultura, Paulo Wadt. O episódio tem um lado cômico: contra tudo e contra todos os políticos do PSDB defenderam o seu nome como uma sumidade no campo, em detrimento de técnicos locais, mesmo ele não tendo participado da campanha, e morando em Rondônia. O governador cedeu e nomeou. Pois bem, três meses depois, os mesmos tucanos e tucanas de plumagem real que o colocavam no Nirvana, exigem a sua demissão, se aliando a empresários que querem dar ordem no setor, fazendo coro pela sua queda. O que chama a atenção nesta ópera-bufa é que o principal argumento usado é de que o secretário já não presta porque distribuiu cargos do órgão para indicados de outros partidos e deixou o PSDB no cais do porto vendo o navio partir. Nossa Senhora dos Gulosos, me dê paciência para entender tudo isso! Quer dizer que o moço, que teve a imagem vendida pelos tucanos que o indicaram como a salvação da lavoura, como alguém com capacidade de tirar a agricultura acreana da Idade da Pedra, já não presta por não “nomear aliados”? Uma correção: secretário não nomeia ninguém, quem nomeia é o governador. My God! Se o argumento fosse o da incompetência do secretário estaria compondo a mesma claque. Mas, por politicagem, passo longe. Uma demissão do secretário Wadt neste momento vai abrir a porteira para a toda hora chegar um político ou um empresário dizendo que quer a cabeça de determinado secretário e o governador terá de ceder. Vai terminar o governo e ele mudando secretários ao sabor das pressões. O Gladson  precisa entender que tropa nenhuma avança se o general se mostrar fraco. Não conheço um governante de sucesso que não teve o pulso forte.


QUEM É O ARTICULADOR POLÍTICO?


Na semana passada médicos foram à ALEAC pedir apoio aos deputados para resolver uma questão administrativa no Hospital da Criança. Ontem, Delegados foram pedir apoio de deputados para impedir outra mudança administrativa. Quem é o articulador político do governo? Era para ter um assessor, exatamente, para servir de anteparado em negociações.


MUITO AMADOR


É tudo muito amador, muito amador, politicamente. Na política, não há lugar para amador.


LIMPAR, PRIVATIZAR


O governador Gladson Cameli tem de privatizar como anunciou todos os órgãos nos quais o Estado tenha parcerias. Peixes da Amazônia, Silos, Fábrica de Camisinha, ZPE, Fábrica de Tacos, etc. Tem de acabar com a aura do governo do coitadinho, mas mostrar resultados coletivos na gestão.


CRITÉRIO DA QUALIFICAÇÃO


Em um processo seletivo tem de ter a análise curricular. Um profissional da Saúde com especialização, mestrado, por exemplo, não pode ser avaliado no mesmo plano de quem tem currículo inferior. Ou não valeria a pena se qualificar. Não cabem as críticas contra o concurso da Secretaria de Saúde por estar incluindo a apreciação dos currículos. Não há privilégios.


FRENTE DO MAGALHÃES


O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) defende a criação de uma Frente Parlamentar para atuar no apoio aos municípios isolados. Parece muito defesa em causa própria. Foi nestes municípios onde o deputado obteve grandes votações. Que tal o nome: Frente do Magalhães?


BOA NOTÍCIA


Assunto resolvido. O deputado federal Alan Rick (DEM) encampou o projeto de construção do IML em um setor no Hospital João Câncio, em Sena Madureira. Espera apenas o projeto da Segurança para destinar recursos. Esta é uma reivindicação que vinha se arrastando anos a fio.


MINORU NEGA


O ex-Reitor da UFAC, professor Minoru, nega ter entrado em contato com qualquer empresário para pedir apoio à sua candidatura à PMRB. Diz que, se foi alguém em seu nome, não foi autorizado. Acredito na sua versão. Fica feito o registro do desmentido.


COLETIVIDADE ACIMA DE TUDO


O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, está em negociação avançada com a ENERGISA para assegurar uma tarifa menor para as famílias de baixa renda do município. A redução pode chegar a até 65% na conta de luz. 14 mil famílias serão beneficiadas. Um gestor tem que buscar sempre atingir com benefícios a coletividade, a parceria do Ilderlei é um belo exemplo.


RUAS ASFALTADAS


Enquanto isso continua com uma grande frente de asfaltamento das ruas da cidade. Quem apostou que o Ilderlei não se recuperaria do marasmo inicial da gestão, perdeu, deu a volta por cima. E tem tempo de sobra para chegar na eleição de 2022, como um nome muito forte.


FOGO DE CHÃO


Certo assessor especial anda espalhando fogo de chão no caminho do secretário do Meio-Ambiente, Israel Milani, trabalhando abertamente para vir no futuro ocupar o cargo. Os muros dos bastidores do poder são baixos. Deveria primeiro justificar o salário que está ganhando.


REFORÇANDO A DEFESA DA MULHER


A deputada Meire Serafim (MDB) considerou de fundamental importância a realização do seminário para discutir políticas públicas para as mulheres, com a presença de figuras ilustres, entre elas, a Ministra dos Direito Humanos, Damares Alves. Meire disse ser uma aliada na defesa de ações voltadas à proteção de mulheres vítimas da violência doméstica e em geral, bem como da inclusão de pessoas portadoras de deficiências físicas. “As mulheres terão sempre o meu mandato na defesa das suas causas”, pontuou Meire.


NÃO É BOM


Um órgão que não pode ter disputa de poder é a Segurança. Tampouco, a ingerência política.


DADOS DA FLORESTANIA


O deputado Daniel Zen (PT) diz que, gostando ou não da “florestania” entre 1999 e 2015 foram gerados 77.937 empregos formais no Acre. Quase o dobro do que foi prometido por Jorge Viana (40.000) em sua campanha para o governo de 1998. Os dados são do Ministério do Trabalho. E que falta acrescentar o levantamento de 2016, 2017 e 2018. Tema para debate.


NÃO ENTROU EM PAUTA


Acabo de receber a informação de uma fonte da cúpula do governo de que não entrou na pauta da discussão a demissão do secretário de Agricultura, Paulo Wadt. Segundo esta fonte, nada do que o secretário faz na sua pasta deixa de ter o aval do governador Gladson Cameli.


NOME DO ROCHA


O vice-governador Major Rocha anunciou ontem nas redes sociais de que o empresário Pelé Campos será o candidato a prefeito de Feijó apoiado pelo partido, um compromisso de campanha. O Pelé é um cidadão honrado, foi vereador, e tem qualidades para ser prefeito.


MAIS COMEDIDO


O governo atual é mais comedido que os governadores do PT. Gladson Cameli anunciou um investimento de 800 milhões de reais em infraestrutura e gerar 18 mil empregos. Factível.


PREFEITURA NAS RUAS


Com a estiagem das chuvas várias equipes da prefeitura de Rio Branco estão atuando em serviço de tapa-buracos nas ruas da cidade. Ontem, nove bairros estavam com serviços da EMURB em andamento. A prefeita Socorro Neri deve lançar na segunda quinzena deste mês uma grande operação tapa-buracos para recuperar maiss ruas danificadas pelo período
invernoso.


NÃO PODIA SER DIFERENTE


Claro que as reclamações pelos buracos são justas, mas no pique do inverno não havia como a prefeita Socorro realizar um serviço duradouro de tapa-buracos. Seria jogar dinheiro público pelo ralo. Com o verão, a prefeitura pode deslanchar as suas ações e melhorar a imagem na opinião pública. Lembrando: uma gestão só é julgada definitivamente no último ano.


SAÍDA PARA O DESEMPREGO


O desemprego é um dos grandes desafios deste governo. O maior gerador de empregos ao curto prazo e utilizando mão de obra ociosa nos bairros é a construção civil. Não existe outro mecanismo que movimente tanto a economia como a construção. No primeiro governo do Tião funcionou. No segundo mandato houve um abandono do setor e choveram falências.


QUASE TODOS QUEBRADOS


Conversando ontem com um empresário antigo da construção civil, ele me disse que, os que não estão quebrados no sentido exato da palavra, estão em recuperação judicial. “O governo passado deixou toda a categoria falida, por isso houve o apoio ao Gladson Cameli”, assinalou.


BOA NOTÍCIA


E vem agora a boa notícia de que o governador destinou 100 milhões de reais para construir 1.240 unidades habitacionais, o que vai tirar a construção civil do buraco e gerar emprego e renda.


O TAMANHO DO BURACO


Só para recuperação de obras inacabadas deixadas pelo governo passado estão sendo destinados pelo atual governo 148,9 milhões de reais para o término, entre outros, do HUERB, UPA de Cruzeiro do Sul, Hospital Regional de Brasiléia. Dinheiro que poderia ser usado em outros investimentos.


OS TRÊS MOSQUETEIROS


João Correia, Aldemir Lopes, Adalberto Ferreira, são os encarregados pelo presidente Flaviano Melo para convidar pessoas qualificadas a engrossar as fileiras do Glorioso do Dr. Ulysses Guimarães. Já era tempo do MDB procurar uma oxigenação interna com novos nomes.


FIM DOS MONSTRENGOS


HUERB, Museu, UPA de Cruzeiro do Sul, unidades habitacionais, que foram recebidas em completo abandono da administração passada estão em processo de recuperação pelo atual governo. Á frente das recuperações um dos secretários mais ativos da gestão, Thiago Caetano.


NÃO PODIA DAR CERTO


Um exemplo que não deve ser seguido pelo governador atual e cair na síndrome do egocentrismo e sair fazendo obras que não possa concluir, como aconteceu na gestão do seu antecessor. Iam fazendo e largando pela metade. Resultado, a maioria foi entregue abandonada. Tem que primeiro procurar recuperar e inaugurar os escombros recebidos.


MÁGOA DE ALIADO


Conversando ontem com amigos do PT, estes explicavam que, o punhado de pessoas que compareceu à primeira reunião após a derrota foi o resultado da revolta de velhos militantes ocupantes de cargos de confiança, demitidos antes do término do governo, sem aviso, e até hoje não receberam as indenizações. Faz sentido a sua observação, aconteceu o que narrou.


DÁ PARA ENTENDER?


Os governos passados vez por outra eram notícias como culpados das penúrias de entidades como Educandário Santa Margarida, Lar dos Vicentinos e outros. Desconhece-se, neste período, uma ação da justiça para obrigar o Estado a cumprir convênios de repasses de recursos a estes órgãos. Pela primeira vez um governo segue um trâmite legal para ter a garantia jurídica a estes pagamentos, enviando para a Assembléia Legislativa um projeto de lei que regulariza este tipo de doações assistenciais. Medida que foi amplamente divulgada pelos órgãos de comunicação e nas redes sociais. Sem nenhum sentido prático, pois, a decisão judicial de bloquear a conta do Estado para garantir estes pagamentos. Não se resolve algo que está resolvido e amparado na legalidade. Os pagamentos virão retroativos a janeiro.


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Luis Carlos Moreira Jorge

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