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Paulo Wadt pode cair? Se depender de tucanos e pecuaristas, sim!

Por
Marcos Venicios

O secretário de Produção e Agronegócio, Paulo Wadt, pode estar com o dias contados na pasta por uma suposta perda de apoio político dentro do PSDB acreano que vem influenciando também a mudança de comportamento dos pecuaristas mais poderosos do Estado. Segundo apurou ac24horas, o indicado da deputada federal Mara Rocha (PSDB) ao cargo não tem privilegiado o ninho tucano na composição de cargos na estrutura da Sepa.


A pasta de Produção e Agronegócio detêm 30 cargos que variam de CECs, Diretoria e Chefes de Departamentos, mas dentro da estrutura tucanos insatisfeitos revelam que o grupo do PSD do senador Sérgio Petecão tem sido os únicos beneficiados com cargos sem delongas, enquanto militantes do PSDB, que fizeram campanha para Gladson Cameli na disputa para o governo, acabaram sendo preteridos.


Segundo os tucanos, a mudança de comportamento de Wadt com os correligionários tem causado uma série de desavenças internas dentro da secretaria e até mesmo no ninho tucano. Escritórios da Sepa espalhados nos 22 municípios do Acre não estariam funcionando e os que funcionam tiveram nomes de chefias com dificuldades para serem nomeados, como o de Zé Vieira, esposo da ex-deputada estadual Toinha Vieira, que por pouco não teria perdido o cargo por não ter “competência”. Outro caso registrado seria o do tucano Luciano Guimarães, que havia sido nomeado para o escritório em Capixaba, mas logo em seguida foi retirado.


Outra pessoa que teria sentido mudanças no comportamento de Paulo seria a irmã do primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Gonzaga,  Socorro Gonzaga, que quase foi retirada do cargo por uma suposta implicância de Wadt.


Tucanos revelam ainda que Wadt teria agraciado servidores ligados ao PT, como a ex-chefe de gabinete do ex-secretário da pasta nos governos petista, José Carlos Reis. Marcia teria feito inclusive campanha nas eleições passadas para o candidato a deputado estadual Lourival Marques, que não conseguiu se reeleger. Segundo informações, pressionado, Wadt teria feito um acordo com o secretário Anderson Abreu, de Indústria, para que ele nomeasse a servidora na sua pasta, em troca de um outro servidor.


Fernando Zamora, Mara Rocha e Nabhan Garcia

Outra reclamação é que Wadt, apesar de secretário no Acre, vive em Rondônia onde tem uma série de negócios próprios e isso tem sido alvo de críticas feitas pelos grandes pecuaristas que inclusive já pressiona o governo para uma mudança na pasta. Os “barões da pecuária no Acre já teria inclusive um nome para substituir Wadt, que seria o também pecuarista Fernando Zamora, amigo pessoal de Nabhan Garcia,  secretário Especial de Assuntos Fundiários do governo de Jair Bolsonaro. Inclusive, um dos pecuarista consultados por ac24horas revela que Paulo Wadt teria sido expulso de sua fazenda durante uma visita de uma comitiva do governo de Rondônia.


Servidores da Empresa de Assistência Técnica Extrativista Rural do Acre – EMATER, estaria inclusive fazendo um abaixo-assinado pedindo ao governo que retire Wadt da pasta. Segundo informações de bastidores, o secretário percebendo que não agrada o ninho tucano e grande parte dos principais pecuaristas, teria começado a se articular com o grupo do ligado ao PSDB do senador Sèrgio Petecão, no intuito de ser exonerado do cargo.


WADT SE DEFENDE E DIZ QUE É NATURAL DESAGRADAR ALGUNS

Procurado pelo ac24horas, o secretário Paulo Wadt reiterou o bom relacionamento que tem com os seus padrinhos políticos, a deputada Mara Rocha e o vice-governador Wherles Rocha. Ele enfatiza que detém a mesma confiança do governador Gladson Cameli. “É natural que num processo de mudança, alguns se desagradem. Vivemos numa democracia, nos governos do PT ninguém podia falar, no nosso é diferente, se você for hoje na nossa secretaria poderá notar que tem pessoas que concordam conosco e outras não”.


Sobre a suposta situação de está privilegiando militantes do PSD em vez do PSDB, Wadt nega e ressalta que dos 4 principais cargos na Sepa, três são dos tucanos. Ele nega inclusive que tenha criado empecilhos para que Zé Vieira assumisse o cargo em Sena. “Eu não fiz a nomeação do Zé Vieira; quem faz nomeação é o governador. Foi feita a designação dele para ser coordenador de gestão do escritório local de Sena Madureira. Ele foi designado logo depois de nomeado”.


O secretário enfatiza ainda que a distribuição de cargos e CECs não depende dele, mas sim de orientação da Casa Civil. “Quem define isso é a Casa Civil. Passamos por uma reforma administrativa onde a máquina estatal diminuiu drasticamente e eu me orgulho de fazer parte de um governo que teve coragem de fazer isso. É natural que quem está fora reclame, mas também não posso deixar de fazer o que é certo, para bom andamento da minha pasta”, explica.


Sobre a pressão por cargos e inclusive a circulação de nomes para substituí-lo, Wadt enfatiza que isso é lago natural. “A mesma política que me colocou no cargo pode ser a que vai me retirar. Eu tenho o compromisso com o governo do Acre, com o agronegócio. Até onde sei, não fui informado de nada e estou seguindo o meu trabalho pautado na ética”, enfatiza.


Wadt negou que tenha problemas com a irmã de Luiz Gonzaga. “Ela é muito minha amiga. Isso não confere, inclusive se o senhor quiser ligar para ela, eu lhe passo o telefone”, disse.


Sobre a insatisfação de pecuaristas, Wadt revelou que tem divergências de pensamento com Assuero Veronez, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), mas que isso não impede o bom relacionamento visando o melhor para agricultura e pecuária do Estado. “Isso é natural. É impossível agradar a todos. Eu fui escolhido para fazer o meu trabalho. Acredito que esteja desempenhando tudo da maneira mais correta possível”, disse Paulo, revelando inclusive que o fato do Estado resgatar maquinário agropecuário estaria deixando pecuaristas insatisfeitos. “Na cabeça deles, as máquinas são deles e não do Estado. O que não é verdade”.


Sobre escritórios fechados no interior e nome preteridos por ele, Wadt revelou que um levantamento vem sendo feito em relação a isso. “Na gestão passada existiam pessoas que recebiam sem trabalhar, então estamos fazendo o levantamento para que aos poucos as estrutura começam a funcionar de fato. Estamos no começo”.


Sobre a situação de Márcia, Wadt disse que ela era uma das poucas servidoras e que não ganhava nenhuma gratificação. “Ela ficou conosco no inicio por saber os tramites de todos os processos internos e ter competência para isso”, pontuou.


O ac24horas tentou contato com o vice-governador Major Rocha e a deputada federal Mara Rocha, mas não conseguiu o posicionamento de ambos. O espaço fica aberto, caso queiram se manifestar.


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Marcos Venicios

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