A profissão de empregada doméstica, não é segredo pra ninguém, sempre foi sinônimo de descumprimento da lei trabalhista. Durante muitos anos, as profissionais, que em sua maioria são mulheres, apesar de homens também exercerem a atividade, não tinham respeitado garantias básicas como folga, horário de trabalho, décimo terceiro, férias, quando recebiam salários.
Foi uma prática muito comum no Acre, durante décadas, trazer jovens da zona rural para morar “na rua”. Sob o pretexto de estudar, era oferecido um teto e comida. Em troca, a adolescente, e em alguns casos, crianças, fazia o trabalho doméstico.
Algum tempo atrás, com a conquista de direitos trabalhistas, as domésticas perceberam que era preciso juntar forças para garantir que todas tenham respeitado suas garantias. O que ainda hoje é um sonho distante.
O Sindicato das Empregadas Domésticas (Sindomestico) é um instrumento pelo qual as trabalhadoras lutam por esses direitos.
Nesta sexta-feira, 29, acontece na sede da CUT.
Ana Maria Nascimento da Silva, 45 anos, encabeça a única chapa e deve ser aclamada para presidir a entidade pelos próximos 4 anos.
Ana é um exemplo da importância de se conhecer seus direitos. Trabalhando como empregada doméstica desde os 13 anos, ela conta que sua vida mudou a partir do momento que ela conheceu o sindicato. “Depois que eu conheci o sindicato minha vida mudou. Por isso a importância da gente fazer com que as informações cheguem em todas. Conhecer seus direitos é algo que ninguém tira de você”, afirma Ana.
E esse é o maior desafio. O Sindomestico tem apenas 130 trabalhadores filiados, mas só 68 estão aptos a votar.
“Vamos fazer um novo levantamento para ampliar a participação das domésticas. Nossa ideia é trabalhar nos bairros onde elas moram, tem que ser um trabalho de formiguinha”, diz Ana.
O processo eleitoral vai até às 16 horas.