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Organizações católicas alertam para degradação socioambiental na divisa do Acre, Peru e Bolívia

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A Igreja Católica intensifica o debate sobre a deterioração socioambiental na fronteira entre Acre, Peru e Bolívia. Entre os dias 20 e 21 de março representantes dos Vicariatos de Pando, na Bolívia, e Puerto Maldonado, no Peru, além da Diocese de Rio Branco, buscaram entender melhor o que vem acontecendo na região e o que é possível fazer para conter, por exemplo, a tentativa de alavancar o agronegócio no Acre.


O encontro mostrou que a pressão dos interesses econômicos está aumentando, o que nessa tríplice fronteira se concretiza na exploração madeireira e mineral, tanto legal quanto ilegal. As três igrejas se encontram desde 2005 para traçar estratégias visando alertar às comunidades os problemas advindos dessas atividades.


De acordo com Luiz Miguel Modino, jornalista que esteve no encontro, os problemas na região, especialmente no lado peruano, aumentaram desde a construção da Estrada do Pacífico, que é o caminho de comunicação mais ao norte da América do Sul que liga o Atlântico ao Pacífico, o que aumenta a importância estratégica desde o ponto de vista econômico. Um exemplo concreto é que, até dez anos atrás, ir de Cusco a Puerto Maldonado significava um mês de viagem e hoje leva menos de oito horas.

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“Isso causou grandes mudanças sociais no Vicariato de Puerto Maldonado, onde a chegada de migrantes de outras regiões do Peru é algo antigo, mas nos últimos anos, motivado pela febre do ouro, do gás e da madeira, é algo que aumentou exponencialmente”, conta Galdino. Isso teve um impacto ambiental e social, causando rupturas familiares, divisão entre comunidades, enfraquecimento do movimento indígena, tráfico de pessoas, entre outros problemas.


“Alguns passos concretos foram dados, como o trabalho de atenção e apoio aos migrantes, a produção agroecológica, o cuidado das florestas. Isso mostra que, em uma região onde as pessoas vivem juntas, mesmo se eles estão em ambos os lados da fronteira, se a Igreja quer servir essas pessoas têm de caminhar juntos, superando as fronteiras nacionais e eclesiásticas, porque tudo está interligado”, conclui Galdino. (Com Rede Eclesial Pan Amazônica)


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