Após elevar a nível histórico o valor médio do benefício no Acre no mês de janeiro deste ano, o governo de Jair Bolsonaro cadastrou novos 2.118 segurados ao Programa Bolsa Família entre janeiro e março. Pelo menos dez mil pessoas são impactadas com esse reforço e, neste mês de março, já são quase R$500 mil a mais em circulação
na economia do Acre.
O incremento surpreende porque, em tese, contrapõe o discurso ultraliberal da equipe econômica de Jair Bolsonaro, cuja tendência, no médio prazo, é transformar ou reduzir o seguro social. Bolsonaro tem externado raciocínios
estranhos e polêmicos quanto aos objetivos do programa mas nestes primeiros meses da gestão o tem fortalecido ao contrário de alimentar sua extinção.
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda voltado para as famílias inseridas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e que têm renda mensal por pessoa de até R$ 89,00 além daquelas com renda familiar mensal de até R$ 178,00 por pessoa e que tenham integrantes gestantes, crianças ou adolescentes. O valor do benefício varia de acordo com a composição e renda da família.
O pensamento liberal nunca digeriu muito bem a política de transferência de renda entendendo sempre que o ideal é “ensinar a pescar ao invés de dar o peixe”. O presidente do Instituto Conservador do Acre, Lauro Fontes, liderança no Partido Social Liberal (PSL), agremiação de Jair Bolsonaro, avalia o BF como “mal necessário”. “Entendo, que políticas sociais como alguns programa sociais de governo de transferências de renda sejam um mal necessário
em uma sociedade com profundas diferenças sociais e econômicas entres as classe na sociedade brasileira.
Entretanto, pelo menos para mim, devam ser políticas transitórias entre os modelos comunista e liberais”, disse Fontes ao ac24horas.
Para Temmilys Silva, que se destacou nos últimos anos como líder da juventude petista do Acre, a crise aguçada pelo novo governo impõe corrida ao Bolsa Família. “Bolsonaro brinca de governar enquanto os índices de desemprego no país estão em crescente. É natural que com o aumento do desemprego as pessoas busquem programas sociais
como garantia de sobrevivência”, disse ela.
Em março, em todo o País, R$ 2,6 bilhões foram injetados na economia com o Bolsa Família.
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