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Cabeleireira solidária muda o visual de moradora de rua

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Em uma cidade cada vez mais violenta, onde impera a insegurança e as pessoas vivem com medo, é cada vez mais raro presenciarmos atitudes de carinho, amor e solidariedade ao próximo.


Pois, conheça essa história que vem do Bairro 15, aqui na capital acreana. Kézia Picon é cabeleireira há seis anos, possui um salão próximo a Gameleira, no segundo distrito de Rio Branco. Bem conceituada, o salão é muito requisitado e tem uma procura muito grande pelas clientes. É nessa região também que vive a moradora de rua Michele Paes. Alcoólatra e usuária de drogas, não tem onde viver e perambula pelas ruas da região.


Um dos sonhos de Michele era ir em um salão para fazer o cabelo com tudo quem tem direito e ficar nas suas próprias palavras, parecida com a apresentadora Ana Hickmann. O que era apenas um sonho distante, já que Michele não possui renda nem para suprir suas necessidades mais básicas, se tornou realidade pelas mãos solidárias de Kézia.

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Um dos sonhos de Michele era ser parecida com a apresentadora Ana Hickmann.

Nesta terça-feira, 12, Michele viveu seu dia de princesa. Chegou oito e meia da manhã no salão e foi tratada como qualquer outra cliente. “Essas pessoas são muito discriminadas pelo mundo. Por serem dependentes químicos, a sociedade acaba isolando essas pessoas. Por isso resolvi realizar o sonho e a Michele recebeu o mesmo tratamento das minhas clientes, inclusive usamos os mesmos produtos que são de ótima qualidade por isso custam caro”, explica Kézia.


Depois de mais de 5 horas e com os cabelos pintados com a cor loiro global e dedinhos, feitos manualmente, Michele foi embora para, mais uma vez, encarar sua dura realidade, agradecida pelo gesto de solidariedade e se sentindo cuidada e amada, o que não é nada comum em sua vida.


Kézia Picon é cabeleireira há seis anos, possui um salão próximo a Gameleira, no segundo distrito de Rio Branco.

Para a Kézia, o pagamento foi bem maior do que os 350 reais que custa o serviço. “A minha sensação é de gratidão. Meus olhos se encheram de lágrimas porque não tem preço a gente fazer, de coração, um ato de bondade para alguém. É emocionante ver nos olhos da pessoa a felicidade proporcionada por um gesto tão simples como esse. Eu é que me sinto honrada em poder fazer o bem”, diz.


A experiência solidária foi tão emocionante para Kézia que ela decidiu que a partir de agora vai, uma vez por mês, oferecer um tratamento estético para quem não tem condições de pagar. “Uma vez por mês vou doar um procedimento de cabelo para quem não tem condições. É um gesto simples, mas que pode fazer muito bem para alguém que enfrenta dificuldades na vida. Nós, às vezes, reclamamos, mas quando olhamos para o lado vemos que tem tanta gente que tem muito menos e que, com muito pouco, podemos ajudar”.


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