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Arrumação da casa da viúva

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Luiz Calixto


O problema vital dos “pensadores” das estratégias para o desenvolvimento do Acre é que querem resolver os problemas do Estado com “lábia” e “saliva”.


Recentemente, o assunto que tomou conta do noticiário foi a peleja dos “liberais desenvolvimentistas” contra a política de austeridade e de cinturão apertado implementada nesses meses iniciais pelo grupo majoritário do governo Gladson Cameli.


Em seus discursos simpáticos e pegajosos, todos têm na ponta da língua, de cor e salteado, a receita pronta e ideal para o crescimento econômico.


Pregam aquilo que todos os acreanos desejam e sonham: geração de emprego, de renda, de industrialização etc.


Entretanto, ao se distanciarem da antipática e dura realidade, parecem estar, literalmente, no mundo da lua. O mundo deles se restringe ao confortável ambiente dos grupos de WhatsApp.


Segundo os líderes do grupo que se autointitula “liberal na economia e conservador nos costumes”, já está na hora do governo “abrir as torneiras” para injetar recursos em investimentos produtivos. O pensamento predominante é o Estado mínimo.


Todavia, quem se der ao trabalho de fuçar as finanças públicas imediatamente descobrirá que temos apenas uma “torneira” e dela jorra pouca água. E mais: o reservatório de onde os recursos poderiam vir está abaixo da capacidade.


É fato que perdemos a carona quando o bonde do desenvolvimento passou na nossa porta. Hoje o Brasil também atravessa a amargura da crise.


Há muito tempo as disponibilidades orçamentárias do Estado para investimentos são bem próximas de zero.


As receitas correntes mal dão para manter a folha de pagamento em dia, garantir os repasses mensais do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, da Assembléia, do TCE e, espremendo, para sobrar um pouquinho para manutenção, ainda que precária, dos serviços públicos essenciais.


Acrescente-se a parcela significativa das receitas correntes desembolsadas para pagar os empréstimos contraídos pelo Estado-empresário. O banco emprestou em troca de garantias reais e de liquidez.


Depois dessa de enxurrada a torneira só pinga.


Não é fácil administrar o Acre diante das inúmeras necessidades e das expectativas geradas durante o processo eleitoral. Só vontade não basta e não há mágicas a fazer. Todo mês é um deus nos acuda para fechar as contas.


Além dos lunáticos, ainda se tem de aturar a postura de fanáticos que destrocaram o Estado e querem, a todo custo, passar a impressão que entregaram um mar de rosas.


Pura bucha é o termo de linguajar mais vulgar para sintetizar a situação herdada pelo atual governo: 13º atrasado, fornecedores no prego, hospitais sucateados etc. e tal.


Óbvio que ao final de cada governo, seja de qual partido fosse, o povo gostaria de ver suas expectativas realizadas e que suas decepções fossem mínimas.


Da minha parte já me contentarei com a arrumação da casa da viúva.


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