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Governo não tem previsão para pagar rescisões herdadas

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Se você é morador de Rio Branco é bem provável que conheça ou, pelo menos, já tenha ouvido falar no Panelada. Figura extremamente carismática, é um dos principais líderes comunitários da capital acreana e é famoso por seus sarcásticos cordéis que tem como tema principal os políticos do estado. Nas redes sociais, é presença constante sempre com comentários críticos.


José Bernardo Souza Filho (Panelada) – Foto: Reprodução

Panelada, que o nome de batismo é José Bernardo Souza Filho, atualmente vive uma luta diária pela vida. Há 2 anos, faz tratamento em Porto Velho, capital de Rondônia, contra um câncer de nariz. Quem acompanha de perto o tratamento, é testemunha de como Panelada enfrenta a doença com o bom humor que sempre marcou sua personalidade.


O que tira seu sorriso é a dificuldade financeira que tem para custear o tratamento, já que as viagens até a capital rondoniense são frequentes. Desempregado, não tem sido nada fácil o custo das viagens, hospedagem e alimentação em Porto Velho. Ele se prepara agora para realizar uma cirurgia de reconstrução da face.

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E o mais triste da história é que toda essa dificuldade financeira poderia ser amenizada se o mesmo não fosse vítima de um calote. Sim, Panelada tem um bom dinheiro a receber dos cofres públicos, que seria mais do que suficiente para custear suas despesas com o tratamento. Panelada é um dos cerca de 2 mil cargos comissionados que não receberam suas rescisões trabalhistas referentes a gestão do ex-governador Sebastião Viana.


Panelada trabalhou durante todo o segundo mandato do ex-governador petista na Fundação Elias Mansour. Era nomeado em uma CEC 2, com salário equivalente a cerca de 2 mil reais. Com o fim do governo, foi exonerado, ficou desempregado e não recebeu seus direitos trabalhistas. “Eu só quero receber o que é meu por direito. Pagar a minha rescisão, como dos outros, não é nenhum favor, é uma obrigação. É um dinheiro que preciso para ajudar no meu tratamento de saúde”, diz.


Ruizemar Júnior é outro que foi exonerado e não recebeu suas verbas rescisórias. Mesmo não passando por um grave problema de saúde como Panelada, o jovem de 27 anos, que trabalhou durante 3 anos e 5 meses como operador de máster na TV Aldeia, emissora pública do governo acreano, reclama da falta de informação. “Além de não receber, o pior é não ter nenhuma previsão de quando esse dinheiro vai sair”, afirma.


A dívida das rescisões para 2 mil pessoas caiu no colo do atual governo. Segundo levantamento da Secretaria de Gestão Administrativa (SGA), o valor total é superior a 21,4 milhões de reais, e não deve ser pago tão cedo.


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