O carnaval 2019 foi embora. Resta na quarta-feira de cinzas a ressaca para quem passou cinco dias na folia ou o fim do descanso para quem optou por recarregar as baterias no feriadão.
E mesmo com seu final, é preciso ainda falar sobre o carnaval de Rio Branco.
Marcado por polêmicas desde que o governo desistiu de realizar a festa popular, já que a prefeitura não autorizou a folia no centro da cidade, teve carnaval em Rio Branco, sim senhor.
A primeira impressão é que a população não sentiu falta da festa organizada pelo poder público estadual e concentrada em um só local, como já aconteceu na Gameleira e no estacionamento do estádio Arena da Floresta. Quem gosta mesmo de carnaval se divertiu, pulou, dançou nas diversas opções de festa, desde as folias nos bairros até os carnavais nos clubes. Duvida? Basta olhar as fotos do carnaval do Esperança e o da Vila Ivonete, por exemplo.
É um indício de que o governo pode pensar em usar os recursos públicos, cada vez mais escassos, em outras prioridades como saúde, educação e segurança, ou realizar a festa, como era a proposta deste ano, custeada pela iniciativa privada, tendo o Estado, aí sim, como indutor de uma atividade que faz parte da cultura brasileira. E nada de vir com a falácia de que o carnaval de Rio Branco atrai turistas. Quem tem dinheiro para gastar no carnaval vai pra Olinda, Salvador ou Rio de Janeiro. E em relação ao interior, sempre foi o contrário. As pessoas saem de Rio Branco em busca nos carnavais dos municípios.
Mas se tem algo que merece mais atenção do poder público são os blocos que, bravamente, resistem e tentam manter viva tradição dos desfiles carnavalescos de Rio Branco, que possuem suas raízes nos antigos e inesquecíveis blocos de sujos.
A noite de terça-feira, 05, foi marcada pelo encerramento do carnaval com o desfile dos blocos na Epaminondas Jácome.
E foi de encher os olhos de beleza, paixão pelo samba e dedicação de tanta gente que mantém viva a chama do carnaval acreano.
Wellington Fraga, Sandrinho da Base, Altino Tadeu, Sidney Mendes e Chico Rafael, com certeza sejam nomes que você nunca ouviu falar na vida. Mas, quem é do mundo do samba em Rio Branco sabe que esses presidentes dos cinco blocos que desfilaram são abnegados que se “viram nos 30” para conseguir colocar os blocos na avenida, sem quase nenhuma ajuda. Essa galera, com o apoio da comunidade de onde vem os blocos, passam todo o ano realizando bingos, rifas, implorando por patrocínio para fazer uma festa de encher os olhos.
O que se viu na Epaminondas Jácome foi uma festa de muitas cores, luxo, criatividade e muito samba no pé. Os enredos propuseram reflexões importantes sobre o respeito a diversidade, a importância da educação, o legado do ambientalista Chico Mendes, as lendas e o folclore acreano e a reciclagem e o meio ambiente.
A verdade é que, quem assistiu principalmente os desfiles do Unidos do Fuxico, que se sagrou campeão, e o Sambase, saiu com a sensação de falta muito pouco para que esses blocos sejam verdadeiramente chamados de escolas de samba. Quem sabe um pouco mais de ajuda dos empresários locais e uma organização mais profissional dos blocos possam fazer com que em 2020 tenhamos no carnaval acreano a volta das escolas. E mesmo que você não seja um fã de carnaval, ninguém pode negar a importância social que esses grupos desenvolvem em suas comunidades.
É inegável o amor pelo samba das centenas de foliões que saem nos blocos e de quem fica fora dos holofotes, mas que tem extrema importância para que os desfiles aconteçam.
No entanto, é preciso avançar. E, sem sombra de dúvidas, o grande desafio é melhor a infraestrutura. Está provado que Rio Branco tem samba no pé e que os blocos sabem muito bem cumprir o roteiro de encantar o público. Mas é inadmissível que quem sai de casa, e era muito gente, em grande parte, crianças e idosos, seja obrigado a permanecer por quase 5 horas em pé, já que não foi sequer instalada uma arquibancada para quem é mais importante na festa. Afinal, se não tivermos público, não há sentido em ter desfile.
Não se cobra a construção de um sambódromo ou coisa parecida. O carnaval de Rio Branco está a anos-luz desse patamar. Mas é preciso oferecer o mínimo de dignidade às pessoas. O que mais se viu foi gente improvisando caixas térmicas como cadeiras, pais e mães esbaforidos porque seus filhos não aguentaram o cansaço e adormeceram em seus braços e muita gente que, exatamente, por falta de um simples lugar para sentar foi embora antes do término dos desfiles. Uma simples arquibancada móvel, que não custa nenhuma fortuna, resolveria o problema.
Outro detalhe negativo foi a iluminação. As luzes existentes não eram suficientes e mesmo com a instalação de alguns refletores, haviam diversos pontos escuros no pequeno espaço do desfile, que prejudicou quem não conseguiu um lugar melhor para assistir aos blocos.
Em resumo, a noite de terça-feira provou que Rio Branco tem todas as condições de proporcionar à população um desfile de grande qualidade, ocupar, até quem sabe de forma remunerada, as comunidades que sediam os blocos com a produção de fantasias e adereços, preencher o tempo da juventude com a prática de uma saudável atividade musical, que são os ensaios da bateria e fazer brilhar os olhos de crianças, adultos e idosos. Para isso, basta que os próprios blocos, a iniciativa privada e o poder público façam mais um pouquinho.
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