Sai de cena a florestania, entra o agronegócio. O novo Governo do Acre aposta no crescimento do agronegócio como a solução para a redenção econômica do estado. Tanto que uma das principais ações do governador Gladson Cameli, depois que assumiu, foi uma visita ao estado vizinho de Rondônia, que tem ao longo dos últimos anos investido forte na produção rural e já disputa a liderança no plantio de algumas culturas agrícolas.
Para alguns produtores rurais acreanos, um dos principais entraves para o crescimento da produção agrícola no estado sempre foi o rigor das fiscalizações dos órgãos ambientais. Situação bem parecida com o discurso de campanha do atual presidente do país, Jair Bolsonaro, que já afirmou que as licenças ambientais, por exemplo, atrapalham obras e o crescimento do país.
Se depender da ação do IBAMA, Gladson e Bolsonaro podem ficar tranquilos. Os números de multas aplicadas pelo órgão em 2019 são os menores nos últimos 24 anos. E o Acre tem o menor número de todo o país. Nos dois primeiros meses deste ano apenas uma multa foi aplicado no estado.
Mas o que isso representa em termos de perigo a preservação ambiental?. Miguel Scarcello, da SOS Amazônia, uma das Organizações Não Governamentais ligadas a temais ambientais mais respeitadas do país, explica que é preciso fazer uma análise pontual para não tirar conclusões precipitadas. “Um aspecto que precisa ser observado é se nesses dois primeiros meses foram feitas a mesma quantidade de ações do ano passado. Se tiver acontecido a mesma quantidade é sinal de que os empreendedores rurais estão adotando condutas mais preocupadas em fazer o correto ou já é reflexo dessa nova determinação de governo de deixar essa fiscalização mais frouxa”, afirma.
o ac24horas tentou obter junto ao IBAMA o número de operações referente ao mesmo período do ano passado, mas, por conta do feriado de carnaval, não teve êxito.