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Sem Sebastião, Jorge e comissionados, PT do Acre faz festa de 39 anos com “militância raiz”

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Uma festa para poucos, porém bons. Assim foi considerada a festa de 39 anos do Partido dos Trabalhadores realizada na noite desta quarta-feira, 13, na sede da sigla localizada na rua Melão, no bairro Morada do Sol, em Rio Branco, que não chegou nem perto das festas anteriores, pomposas e prestigiada por centenas de cargos comissionados.


Pouco mais de 100 pessoas prestigiaram o ato que contou com a participação da Velha Guarda do partido e também das atuais lideranças com mandatos, como o deputado estadual Daniel Zen e o vereador de Rio Branco, Rodrigo Forneck. De fora, quem marcou presença foi o vereador Eduardo Farias (PCdoB) e os membros da UJS (União da Juventude Socialista).


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O evento iniciou com as mulheres do PT dançando carimbó, uma dança de roda típica do Pará e popular entre os nordestinos, e que contou com a participação de Gleici Damasceno, a acreana campeã do BBB de 2018, da Rede Globo. Além dela, o evento também foi prestigiado pelo cardeal petista Carioca Nepomuceno, ex-secretários dos governos do PT e Abrahim Farhat, o Lhé, que participou do ato e arrancou aplausos de todos.



“O PT AINDA TEM JEITO?”, QUESTIONA NILSON MOURÃO


Na hora dos parabéns em frente ao bolo simbólico, a velha guarda do partido foi homenageada, entre eles o ex-deputado federal e ex-secretário de Direitos Humanos, Nilson Mourão, que as 66 anos, deu um recado lúcido para os presentes. “Nunca arredei o pé e nunca tive dúvidas, que este partido é o grande instrumento dos trabalhadores brasileiros e das juventude. Nunca duvidei disso. Entretanto, hoje nossa principal liderança está presa. E a pergunta que como veterano, de vez em quando impacta a minha cabeça, e é o que eu não quero pensar. É o pensamento de velho, é incrível: O PT ainda tem jeito? Tem gente que não acredita mais. Estão sacudindo a toalha, vão lá na Sede do Partido e se desfiliam e tá tendo uma média de 10 desfiliações por dia, segundo o nosso presidente Cesário. Pessoas, inclusive, de qualidade estão se retirando. Quem casa com a viúva, tem que levar os meninos. Quem casa com o PT, tem que está com o PT nos momentos de glória, nos momentos de acerto e nos momentos de erros e de derrotas”, disse o fundador do PT sob aplausos da militância.


“É bom lembrar que esta não é a primeira derrota que o PT sofreu no Acre. Nós fomos derrotados várias vezes. Talvez grande parte dos que estão aqui não lembram ou não tem idade para isso, nós perdemos várias eleições, mas ganhamos 20 anos de governo e essa derrota agora bateu na birola. Nós ficamos realmente entristecidos com isso, mas a vida é como os rios, os rios tem muitas voltas e nós precisamos de dar essa volta, uma volta por cima. Um dos pontos que realmente eu acredito ter são vocês. Eu acredito que o PT pode pegar um novo rumo, pode se reinventar, pode ser a grande liderança do povo, do trabalhador brasileiro se a juventude brasileira incorporar essa política. E aqui no Acre, isso cabe a vocês’, disse Mourão aos fundadores do PT que estavam presentes.


MARCUS DIZ PREFERIR A DIGNIDADE DA DERROTA DO QUE O OPORTUNISMO DA VITÓRIA


Sem a presença do ex-governador Sebastião Viana, que afirmou a pessoas próximas que se afastaria da política, e do ex-senador Jorge Viana, que está em São Paulo, coube ao ex-prefeito de Rio Branco e candidato ao governo derrotado nas eleições de 2018, Marcus Alexandre Viana, enaltecer o trabalho da militância e alfinetar o “oportunismo” de alguns.


“Para bom entendedor, as palavras do Nilson bastam, mas eu aqui não podia deixar de fazer um agradecimento. Eu postei esses dias que a gratidão é a memória do coração e a gente não pode deixar de agradecer. E eu quero dizer aos companheiros e companheiras que nos enfrentamos uma das campanhas mais difíceis de tudo que a gente viveu ano passado. Mas os companheiros e companheiras lutaram até o fim. Eu quero agradecer porque eu fui mais um nesse time. Eu estou aqui como um soldado, mas nós lutamos e lutamos até o final. A dignidade da derrota é melhor que o oportunismo da vitória, do que acham que mudando de casa, vão crescer. Eu fico com a dignidade e o resultado que a gente enfrentou até o final. Respeitando a decisão do eleitor. O eleitor foi quem tomou a decisão soberana e eu não venho aqui também para fazer avaliação porque eu seria injusto. Nós temos que agradecer a cada companheiro que lutou, que batalhou que fez com que a gente chegasse até aqui e não importa quanto somos hoje, o importante é com que nós vamos seguir em frente essa luta. Essa casa não tem dono, ela tem bandeiras de lutas. Ela tem lutas e suas causas”, salientou Marcus, que ouviu gritos de “Lula Livre” ao final de sua fala.


Para simbolizar o aniversário, a juventude do PT distribuiu cactos para simbolizar a resistência da velha guarda e das principais lideranças do partido.


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