Após circularem boatos em redes sociais que acusavam a equipe médica do Hospital do Juruá de negligência e erro médico no caso da estudante Ana Graziele Pereira da Silva, 17 anos, que sofreu ferimentos após a estrutura de um banheiro desabar sobre ela, a direção da unidade de saúde emitiu uma nota na qual repudia as acusações que classifica como “eivadas de inverdades e com intenções de denegrir a imagem do hospital perante a população”.
Segundo a nota, a paciente permanece internada em leito de UTI com sinais clínicos de morte encefálica.
Leia a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO SOBRE A PACIENTE ANA GRAZIELE PEREIRA DA SILVA:
*1-*Embora não seja comum a direção desta entidade emitir manifestações a respeito de pacientes, se faz necessária para que se restabeleça a verdade, e sobretudo para que a justiça com os colaboradores (equipe médica e de enfermagem) seja feita.
*2-* Tem circulado pelas redes sociais, comentários desabonadores sobre os procedimentos realizados no Hospital Regional do Juruá, sobretudo no tocante a anestesia, tendo como pano de fundo o ocorrido com a paciente Ana Graziele. Nos preocupam tais manifestações, eis que eivadas de inverdades e com intenções de denegrir a imagem do hospital perante a população e de forma direta também as dos profissionais que laboram incansavelmente na unidade, já que todos os procedimentos são por eles realizados, pois um hospital é feito não só de equipamentos, mas principalmente de gente. Importante esclarecer que tais comentários não são feitos pelos familiares da paciente, pois os mesmos buscam informações o dia todo e estão devidamente a par de toda a situação da paciente.
*3-* Ana Graziele, 17 anos, deu entrada no Pronto Socorro do Hospital Regional do Juruá no dia 29/01/19, vítima de ferimentos provocados pelo desmoronamento de um banheiro.
Apresentava quadro de fratura exposta do cotovelo esquerdo e ferimento corto-contuso de aproximadamente 8 cm na região fronto-parietal (cabeça). A equipe de plantão formada por cirurgião geral e ortopedista prestou o primeiro atendimento, que consistiu em sutura do ferimento do couro cabeludo e exames de rotina, incluindo a realização de tomografia computadorizada de crânio, com objetivo de investigar de maneira mais detalhada o referido ferimento do couro cabeludo, não evidenciando naquele momento lesão cerebral de qualquer natureza. A mesma foi de imediato encaminhada ao centro cirúrgico para abordagem da fratura exposta do cotovelo esquerdo.
Durante o procedimento cirúrgico da fratura apresentou como complicação duas paradas cardíacas que foram prontamente atendidas pela equipe médica do centro cirúrgico.
Em decorrência da gravidade do quadro clínico a paciente foi encaminhada à UTI, onde permanece entubada. Foi submetida a nova tomografia após 48 h de evolução, que evidenciou edema cerebral difuso e hemorragia sub-aracnoíde, sendo que a TC de crânio evolutiva não foi realizada com 24 horas porque a mesma apresentava-se hemodinamicamente instável e sem condições de ser removida até o setor de radiologia do hospital.
A TC (tomografia computadorizada) de crânio evolutiva é necessária nesses casos em virtude da natureza do trauma, que pode revelar danos cerebrais até 72 horas após o momento do acidente.
A paciente permanece internada em leito de UTI com sinais clínicos de morte encefálica.
Direção do Hospital Regional do Juruá
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