Numa breve conversa exclusiva ontem após a leitura da mensagem governamental, o governador Gladson Cameli confirmou à coluna que o ex-deputado Ney Amorim será o seu assessor para assuntos políticos e que, esta é uma escolha pessoal. A sua decisão, informou, já foi participada ao Ney e o Decreto de nomeação poderá ir para a publicação no Diário Oficial ainda hoje. Ney, na reta de campanha foi trazido pelo vice-governador Major Rocha para apoiar as candidaturas de Cameli e da candidata à deputada federal Mara Rocha (PSDB). Momentos antes de embarcar ontem para Cruzeiro do Sul, o governador me mandou uma mensagem reafirmando sua decisão: “Crica, já mandei nomear o Ney”. A nomeação será inserida na cota pessoal do governador, já que as lideranças de todos os partidos que integram a sua aliança política já foram contemplados com generosos espaços dentro da sua administração. É natural que haja uma ou outra reação, mas ocorre em todas as nomeações.
PARA CHATEAÇÃO DOS BAJULADORES
Ontem, durante sua passagem pela Assembléia, Gladson chegou em uma roda em que estava e comentou: “estou gostando da coluna. Tem de ser crítica, porque tiro ensinamentos. Estou aproveitando para estudar sua sugestão de reduzir a nomeação de comissionados para contratar os concursados da PM e Polícia Civil”. Gladson sabe que o bajulador não lhe ajuda.
CONTRA A NOMEAÇÃO
O ex-deputado Vagner Sales (MDB) me disse ontem ser contra a nomeação do ex-deputado Ney Amorim, porque, segundo ele, existe gente competente entre os aliados para exercer a função de articulador político do governo. “Temos de colocar nos cargos os nossos”, disparou.
OUTRO CONTRÁRIO
O deputado José Bestene (PROGRESSISTAS) fala que também não vê necessidade de uma nomeação agora do deputado Ney Amorim (sem partido) para ser o articulador político do governo Gladson Cameli. Na sua visão, a imagem do Ney ainda está muito ligada ao PT.
ROCHA: “NEY TEM SINAL VERDE”
O vice-governador Major Rocha, ao contrário dos que reagem negativamente, defende ardorosamente a escolha do deputado Ney Amorim (sem partido) para a assessoria política do governo. Esteve na campanha do Gladson, eu reuni com mais de 700 integrantes do seu grupo, que receberam ordens dele para apoiar o nosso candidato, o Ney tem meu sinal verde para somar ao nosso lado, revelou ontem Rocha.
ARTICULADOR HÁBIL
O vice-governador Major Rocha acrescentou ao comentar a nomeação do ex-deputado Ney para a assessoria política do Gladson Cameli, ser Ney um hábil articulador. “Foi o responsável pela articulação da formação da chapa que fechou consenso em torno da eleição do deputado Nicolau Junior (PROGRESSISTAS) á presidência da ALEAC, favorecendo o governo”, destacou.
AONDE ESTAVAM OS OUTROS?
“E, enquanto o ex-deputado Ney Amorim se reunia, trabalhava, articulava, para a montagem da chapa para a presidência da ALEAC, com o nome preferido do Gladson Cameli, o deputado Nicolau Junior (PROGRESSISTAS), deputados da base do governo articulavam a desunião e contra o candidato da simpatia do governador”, lembrou.
UMA OPINIÃO NO BURBURINHO
Vou dar a minha opinião neste burburinho de posições divergentes. Se o caminho for de que, quem esteve no PT ou na FPA não pode vir somar no atual governo, o Gladson Cameli, por certo, não poderia ser governador porque foi deputado federal aliado do PT, na FPA. O mesmo se pode dizer do senador Sérgio Petecão (PSD) e tantos outros. Que o Ney foi do PT até o Papa sabe, mas o Papa também sabe que, no último mês da eleição, ele entrou de cabeça com seu grupo na campanha do Gladson Cameli. Contestável é nomear petistas que ficaram até o dia da eleição na campanha do Marcus Alexandre. O Ney estava na reta final da campanha. Mas, este é um problema do governo Cameli.
NOSSO ZÉ DO CAIXÃO COMUNISTA
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), um dos quadros mais preparados da política acreana, marcou ontem sua estréia na tribuna da ALEAC, fazendo uma advertência mórbida, ao estilo do personagem Zé do Caixão, ao Gladson Cameli: “Não espere de nós a paz dos cemitérios”.
CUIDADO COM AS ASSOMBRAÇÕES
Nos cemitérios, diz a lenda que, costumam aparecer assombrações do passado, Magalhães!
PEIXE FORA DA ÁGUA
Quem acompanhou a trajetória do deputado Gérhlen Diniz (PROGRESSISTA) na oposição e lhe viu ontem na tribuna da ALEAC como líder do governo, foi como um peixe fora da água, atarantado, porque perdeu o seu forte, a crítica. Agora sua ladainha será amém e sim senhor.
AVISO AOS SECRETÁRIOS
A estréia do deputado Roberto Duarte (MDB) ontem na ALEAC foi com um discurso que mostrou uma personalidade forte: não ser subserviente à base do governo. Avisou que estará do lado governo no que achar certo. Mas avisou aos secretários que será um cobrador severo.
NÃO TEM MEIO TERMO
Num discurso equilibrado, o deputado Daniel Zen (PT), que será um dos destaques da oposição, pontuou que não há dois termos no parlamento: ser situação ou oposição. E que se dizer “independente” é oportunismo. Advertiu que governabilidade é uma tarefa para a base do governo e que da sua parte caberá fazer uma oposição de verdade, mas sem ser radical.
CONFRONTO ANTECIPADO
O que a coluna tinha comentado aconteceu ontem, num primeiro round, entre os deputados Roberto Duarte (MDB) e Daniel Zen (PT), que externaram posições conflitantes sobre como deve ser o comportamento de um parlamentar. A previsão é que ocorram bons debates.
CONVITE PARA UM CAFEZINHO
Volto a repetir que, quem apostar que o governador Gladson Cameli não vai ter uma base de apoio de no mínimo 17 parlamentares na Assembléia, perderá feio. Ontem, enquanto eu conversava com o ex-prefeito Deda, marido da deputada Maria Antonia (PROS), o Gladson chegou, deu um abraço no Deda e convidou: “vá tomar um café comigo”. Resposta: “vou mesmo!”.
SESSÃO ENXUTA
A mesa diretora da ALEAC acertou em restringir as falas dos deputados, para não se tornar uma sessão longa. Os discursos foram concisos. A própria leitura da mensagem governamental pelo Gladson não foi longa. Assim como a do presidente Nicolau Junior (PROGRESSISTAS).
DESDE OS 10 ANOS
Uma colega de imprensa do aquário da ALEAC, não se conteve ontem ao ouvir a cantora Ivana Pacífico entoar o Hino Acreano: “desde seus 10 anos que em toda solenidade vejo está cena”.
JOGANDO LIMPO
Na próxima segunda-feira, o governador Gladson Cameli vai sentar com os representantes dos concursados aprovados para a Polícia Civil e PM, para definir um cronograma de contratações. O ex-governador Tião Viana passou a sua gestão prometendo contratá-los e não cumpriu.
SAÚDE ARREBENTADA
Quando se faz uma crítica a um gestor não é porque se quer o mal, mas para dar uma luz, de que algo errado não pode permanecer, como no fim de semana do PS. De fácil solução. Não se pode é exigir do secretário Alysson Bestene que resolva problemas complexos em 30 dias.
SAÚDE ARREBENTADA
Não é novidade que o secretário Alysson Bestene pegou um sistema de saúde em frangalhos, com dívidas astronômicas, enfim, na falência financeira e no tocante ao atendimento médico. Há que se dar um tempo, mas de coisas pequenas podem e devem ser cobradas soluções.
UM PÉSSIMO EXEMPLO
O Hospital do Juruá é um exemplo da incúria administrativa da gestão passada. As religiosas levaram um calote milionário, que acabou no colo do novo secretário de Saúde. Os médicos estão três meses sem receber e, ontem, vários pediram demissão. Ainda cantam de galo?
NEM UM CENTAVO
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, foi para os EUA sem gastar um centavo dos cofres públicos. Condenável se fosse ao contrário. À sua custa, ninguém tem nada com isso.
EXPLICAÇÃO SOBRE O IPTU
A prefeita Socorro Neri explicou ontem à coluna de que o IPTU não será reajustado. O que aconteceu, diz ela, foi que estava tendo um desconto de 20% sem previsão legal, e que autorizou corrigir. Mas ressalva que vai discutir uma solução legal para o problema.
HORA DE DESCER DO PALANQUE
A hora é de descer do palanque. Não será praguejando de forma ridícula que os que perderam a eleição vão reverter o resultado negativo nas urnas. E nem os que ganharam acharem que vão resolver problemas transferindo a responsabilidade de governar aos derrotados.
MESMA LINHA
A mensagem governamental lida ontem pelo governador Gladson Cameli na ALEAC foi, basicamente, na mesma linha de outros discursos, de uma gestão transparente, moderna e buscando outros modelos econômicos como o agronegócio. Foi dentro do esperado.
PERÍODO DE SILÊNCIO
O ex-candidato ao governo pela FPA, Marcus Alexandre, ontem, depois de um longo silêncio falou à coluna sobre seu futuro político. Negou que esteja em algum movimento para sair do PT. “A minha posição está na nota conjunta com o Jorge Viana e o Angelim, nunca se discutiu isso”, ponderou num tom tranqüilo. Diz que a hora é de cumprir um período de silêncio e que ser protagonista ficou para os que venceram a eleição. Falou que a sua rotina é como engenheiro do quadro do Estado se apresentar todos os dias no seu local de trabalho e não falar de política. Marcus mostrou muita tranqüilidade na conversa e que, não restou nenhum rancor pelo resultado eleitoral adverso na disputa para o governo do Acre. E a vida segue.