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Após demitir funcionários, Peixes da Amazônia pede Recuperação Judicial para evitar falência

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A Indústria Peixes da Amazônia protocolou na manhã desta quinta-feira, 31, um Pedido de Recuperação Judicial na Comarca de Senador Guiomard. A medida jurídica utilizada pelos advogados da empresa tem como objetivo tentar evitar a falência do empreendimento que já teve investimentos superiores a R$ 80 milhões, tanto da iniciativa privada como do governo do Estado. De acordo com o Conselho Gestor da Peixes da Amazônia, a empresa vem enfrentando dificuldade de fluxo de caixa com seus credores.


“Por meio de uma RJ é possível a manutenção de funcionamento da empresa com boas bases, visando criar a condições objetivas para o pagamentos dos principais compromissos, baseado em um Plano de Recuperação que será coordenado por um interventor mediado pela judiciário”, explica trecho de nota técnica encaminhada aos acionistas da empresa.

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De acordo com o Conselho, este caminho proposto torna-se importante, tanto para os credores – que terão mais segurança em receber de acordo com o Plano proposto – mas especialmente para a cadeia de valor da piscicultura, pois a funcionamento da empresa ,mesmo com dificuldades, é capaz de alocar significado recursos na economia local por meio de seu capital circulante.


“Apenas como exemplo no ano de 2017 com pagamentos de prestadores de serviços , fornecedores diversos de milho , peixes e demais insumos industriais, recursos humanos , entre outros itens de gastos de produção a Peixes fez circular um capital de R$ 31 milhões”, revela comunicado.


Segundo a empresa, o pedido de RJ justifica-se pela real dificuldade de fluxo de caixa enfrentada por razões diversas, “seja por aspectos externos como crise econômica e contingências geográficas naturais regional ( enchentes, logística etc ) , como aspectos internos em função da não capacidade de fixação de capital de giro pra fazer frente a demanda do mercado”.


O comunicado ressalta que todo empenho já dispensado pela empresa fruto do esforço de seus acionistas – majoritariamente privados – não foi suficiente para superação das contingências citadas. “Hoje já foram investidos – por parte de seus acionistas- para seu funcionamento mais de R$ 60 milhões de recursos próprios, compreendendo os recursos para os 3 anos de construção ou pré-operacionais (2012 à 2014) e mais os 4 anos de operação ( 2015 ã 2018) . Importante destacar que deste total o valor próximo à 60% recursos são de fontes privadas”, informa o Conselho, afirmando que o Estado é o menor acionista no empreendimento.


No início do ano a empresa demitiu mais de 40 funcionários e suspendeu temporariamente a sua produção. Na semana passada, o atual governo confirmou que tem interesse de repassar as ações do Estado na Empresa para o controle total da iniciativa privada. Segundo o Porta-Voz do governo, Rogério Wenceslau, a decisão de repassar o empreendimento para iniciativa privada já foi tomada por Gladson Cameli que determinou que a equipe econômica, junto com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), encontre uma forma de executar a ordem de forma legal. Segundo o Estado, não existe prazo para atendimento desta demanda.


“A recuperação judicial é um meio legítimo de buscar a reestruturação da empresa em crise. Está prevista na Lei n 11.101/2005 e busca evitar a falência, que, geralmente, não é vantajosa para ninguém.A recuperação judicial visa renegociar o passivo com os credores, que deverão aprovar um plano de recuperação judicial, pelo qual a empresa especifica a origem da crise e os meios de superá-la. Trata-se, então, de uma grande renegociação em que o juiz de direito é apenas um intermediário, ou melhor, um maestro, mas são os credores em conjunto quem decidem o destino da empresa”, disse o escritório de advocacia responsável pela ação.


“Na recuperação judicial, é importante evitar a falência, preservando os interesses dos credores e reduzindo as perdas. É preciso haver concessões por parte dos credores e sacrifícios por parte de todos, desde que sejam menores do que no cenário de falência.


A Peixes da Amazônia possui todos os meios pra superar a passageira crise, porque conta com tecnologia avançada, estrutura moderna, expertise, valor de mercado e muitos ativos. Apresenta um índice de liquidez geral positivo, de forma que a divisão dos ativos pelos passivos é superior a 1, demonstrando que possui amplas margens de solvência no futuro.Acredito que a Peixes conseguirá se reestabelecer no mercado, gerando, ainda, empregos e muita riqueza para a região”, informa comunicado assinado pelo advogado Marcelo Zamora, sócio do Bordignon e Zamora advogados, que está assessorando juridicamente a empresa.


A Empresa de São Paulo Corporate Consulting que tem especialidade em reestruturação irá gerenciar todo o processo.


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