A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva (Rede) visitou neste domingo (27) a região devastada pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
Em entrevista no local, a ex-ministra criticou projetos que pretendam flexibilizar legislações ambientais, como os defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Essa tragédia comprova que é hora de regras mais duras para licenciamento ambiental, e não de flexibilizar. O licenciamento não pode ser sob encomenda”, afirmou.
Ela também citou sua passagem pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando era criticada por ser rígida na concessão de licenças.
“Recusei dar licença para Belo Monte quando fiz uma série de exigências em Santo Antônio e Jirau, mas depois que saí, foram todas flexibilizadas”, disse. “Órgãos ambientais não podem ser vistos como inimigos do desenvolvimento”.
Crime hediondo
Acompanhada do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a ex-senadora afirmou que irá propor que volte a tramitar em separado um projeto que torna hediondo o crime ambiental, aumentando penas e possibilidades de punição.
Segundo a ministra, esse projeto foi anexado à tramitação do Código Penal, medida que vê como “protelatória” pelo senador Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas Gerais.
“Se o projeto já tivesse sido aprovado, essa tragédia poderia não ter se repetido”, afirmou Randolfe.
O último boletim divulgado pelos bombeiros informa que 37 pessoas morreram no rompimento da barragem, que pertencia à mineradora Vale. Há 296 pessoas que são consideradas desaparecidas. As buscas estão suspensas neste momento porque há o risco de rompimento de outra barragem.
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