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Potências do agronegócio decretam calamidade financeira

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Apontado como o celeiro da produção agrícola do país e símbolo da pujança proporcionada pelo agronegócio, o Centro Oeste vê seus dois maiores estados decretarem estado de calamidade em suas finanças.


Após o estado de calamidade financeira ter sido decretado na semana passada por Mato Grosso, nesta segunda-feira (21) foi a vez de Goiás.


Na última semana, o novo governador goiano, Ronaldo Caiado (DEM), esteve em Brasília para pedir ajuda ao governo federal para renegociar a dívida do estado. Sem acordos, o democrata não encontrou outra alternativa a não ser a decretação da calamidade.

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A notícia parece soar ruim neste momento para a equipe do governo acreano de Gladson Cameli (Progressistas), que aposta nos investimentos no agronegócio como a principal alternativa para tirar o estado de seu atual marasmo econômico, após 20 anos de florestania adotada pelos petistas.


Visto como uma das atividades econômicas com retornos obtidos a médio prazo, o agronegócio também sofre rejeição pelos elevados impactos ambientais que pode causar, se não bem aplicado, além do baixo número de empregos gerados de forma direta.


Com as tecnologias aplicadas, modernas máquinas hoje substituíram o serviço antes realizado por um exército de trabalhadores. Outra característica é o pouco beneficiamento da produção de grãos nos locais de origem – grande parte vai para exportação quase in natura.


Com esses cenários, os governos pouco arrecadam impostos ante a ausência de um parque industrial robusto, e do pouco emprego de trabalhadores que geram receitas para o estado.


Apesar de todas as suas pujanças como os grandes referenciais do agronegócio brasileiro, Goiás e Mato Grosso, assim como outros estados ricos, não tiveram alternativa a não ser bater na porta do governo federal em busca de ajuda.


É lógico que o agronegócio não é o culpado pela crise dos dois estados. O inchaço dos gastos públicos promovidos pelos governos anteriores cresceu tanto, que as receitas não conseguem mais quitar as despesas.


Rondônia, outro modelo do agronegócio, vem em sentido fiscal oposto. O governo conseguiu conter a tentação do populismo dos gastos públicos, e serve como exemplo dos estados com a melhor solidez nas contas.


Os casos de Goiás e Mato Grosso podem servir como vitrine para o governo Gladson Cameli no Acre tanto para o bem quanto para o mal; não basta apenas fazer um agronegócio forte e robusto. O estado tem de fazer a sua lição de casa, gastando com prudência os recursos do contribuinte.


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