A força-tarefa da Polícia Civil, liderada pelos Delegados Alcino Júnior, Pedro Paulo Buzolin, Sergio Lopes e Martin Hessel, fechou nesta quinta-feira, 17, o inquérito da Operação Sicário, que prendeu no último dia 27 de dezembro, 18 pessoas, entre elas o Tenente Josemar Barbosa de Farias, o 2º na hierarquia do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Os alvos da operação, segundo as investigações, estariam ligados a facção criminosa Comando Vermelho, que nos últimos meses vem dominando as ações criminosas no Estado.
Ao ac24horas, o delegado Alcino Junior, informou que uma reunião foi feita hoje e o inquérito com o relatório final foi encaminhado a 3ª Vara Criminal, que posteriormente encaminhará as informações ao Ministério Público do Acre. “A única coisa que posso te adiantar é que pedimos que a justiça suba o sigilo, cancele o segredo de justiça, já que as investigações já foram concluídas e as divulgações de eventuais dados não podem mais atrapalhar o andamento do processo”, explicou.
ENTENDA O CASO
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O ac24horas apurou que o Ministério Público deverá apresentar denuncia contra o militar e demais envolvidos na próxima semana. Circula nos bastidores até a hipótese da prorrogação da prisão preventiva do Tenente Farias, o que não foi confirmado pela instituição.
Na sexta-feira, 11, da semana passada, os advogados do Tenente do Bope ingressaram com um pedido de Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça. O recurso foi negado monocraticamente pelo desembargador Pedro Ranzi, que pediu ainda que o Ministério Público se manifestasse.
A Câmara Criminal do TJ iria analisar o caso nesta quinta-feira, 17, mas como petição do MP, que pedia a manutenção da prisão, ainda não havia sido protocolada em tempo hábil, a análise do caso pelo desembargadores ficou para a semana a próxima semana.
Principal alvo da Operação, o Tenente Josemar Barbosa de Farias, que durante o ano passado foi destaque de todos os meios de comunicação do Acre por fazer grandes apreensões de drogas, foi apontado pelas investigações iniciais, segundo consta em um despacho de 32 páginas assinados pelos juízes Raimundo Nonato da Costa Maia, Maria Rosinete dos Reis Silva e Guilherme Aparecido do Nascimento Fraga, que seria membro do Comando Vermelho após as comunicações telefônicas interceptadas com autorização da justiça evidenciarem que o membro do Bope teria estreitos laços com pessoas ocupantes de posições de liderança no CV, tendo estabelecido contatos presenciais e telefônicos relativos às atividades da organização criminosa em diversas ocasiões, o que ocasionou a sua prisão preventiva.
Com o militar preso, uma guerra fria institucional entre oficiais da Polícia MIlitar e delegados começou a ser travada. Em determinado momento, oficiais chegaram a plantar informações nas redes sociais de que Farias foi preso injustamente e que a própria força-tarefa iria desfazer o mal entendido, o que até hoje não ocorreu.
Nesta semana, dezenas de outdoors foram espalhados pela cidade de Rio Branco em apoio ao militar. Todos os painéis foram pagos com doações, e um grupo de militares já compartilha as imagens das redes sociais. Na mensagem enviada ao ac24horas, o grupo informa que trata-se de uma “campanha pela desconstrução de uma injustiça”, e completa: “a ideia é levantar uma discussão sobre o tema”. A atitude é a manifestação de apoio ao policial militar.