Jorge Viana
Não interessa que o dirigente político seja de direita ou de esquerda, não importa que sua orientação econômica seja privatista ou estatizante, mas ele tem que responder claramente a três perguntas: mudanças climáticas existem mesmo? Se existem, terão algum impacto no Acre? O que podemos fazer a respeito?
Fingir que o problema não existe é a pior resposta. Significa ter de correr atrás de remediar situações que poderiam ter sido previstas e evitadas. Em prazo imediato, pode significar perdas de oportunidades e grandes prejuízos econômicos num mundo em que os mercados estão se abrindo para quem responde adequadamente a essas questões e se fechando para aqueles que não as compreendem.
O conhecimento e a experiência que acumulei sobre esse assunto se ampliaram nos oito anos que passei no Senado, presidindo a Comissão Mista de Mudanças Climáticas. Busquei o diálogo com os cientistas que pesquisam e conhecem a questão, promovi audiências públicas, promovi o debate sobre os desafios do Brasil, como a meta de zerar o desmatamento ilegal, mudanças no transporte e fortalecimento da matriz energética renovável. Conseguimos aprovar a destinação de recursos no orçamento do país, mas, em busca de maior garantia, apresentai um projeto de lei tornando obrigatório o cumprimento das metas de redução dos gases de efeito estufa.
Estou convicto de que a mudança climática é real e representa uma grave ameaça à vida no planeta. O trabalho de prevenção é fundamental, pois o custo de adaptação à mudança quase impossível de ser pago. O melhor é evitar que a temperatura planetária suba mais de dois graus, esse foi o Acordo de Paris que quase todas as nações do mundo assinaram.
No Acre, as mudanças climáticas já se fazem sentir. Todo acreano “do pé rachado” percebe que o período das chuvas está mais concentrado e o verão está mais seco. As grandes alagações, que ocorriam a cada 25 anos, agora ocorrem com mais frequência, assim como as grandes secas. É certo que nos próximos anos teremos outra enchente do rio Acre como a mais recente, que deixou 30% da cidade de Rio Branco debaixo dágua. Os prejuízos são irrecuperáveis. Mas serão ainda maiores se não houver um trabalho sério de prevenção e adaptação, orientado pelos governos e baseado em políticas públicas.
E o mais importante é perceber que a transição da economia mundial para um modelo de produção e consumo de baixo carbono, que já está avançando na Europa, na China e nos Estados Unidos, abre para nós da Amazônia grandes oportunidades que não podemos desperdiçar.
Como disse o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a atual geração é a primeira a sentir os efeitos das mudanças climáticas e poderá ser a última com possibilidade de fazer alguma coisa.
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