Jorge Viana
Pela minha formação em Engenharia Florestal, desde muito jovem busquei compreender a relação de dependência entre a área rural e as cidades. No caso da Amazônia, entre as cidades e a floresta. Mas quando fui prefeito de Rio Branco, as questões especificamente urbanas ganharam relevância -e não poderia ser de outra forma, pois já nos anos 90 o município de Rio Branco concentrava quase totalidade de sua população na área urbana.
Desenvolvemos, desde então, uma nova ideia de Meio Ambiente, associado à qualidade de vida e ao saneamento, compreendemos o enorme impacto das políticas na vida urbana e a importância dos programas culturais para o bem-estar das comunidades. Os parques, a infraestrutura de vias, a memória, a cultura, o esporte, tudo isso passou a estar integrado na idéia de uma “vida nova na cidade”.
Levei essas idéias – e as pessoas que as compreendiam – para o trabalho no governo do Estado. E mantive sempre um olhar dirigido às cidades no meu mandato no Senado. Faço questão de passar para as novas gerações essa lição: as obras físicas, de infraestrutura, não têm impacto positivo se não estiverem integradas numa visão geral da vida urbana em todos os seus aspectos, sociais e culturais.
Destinei mais de R$ 21 milhões em emendas parlamentares para Rio Branco, a nossa capital. Uma porção significativa para atender a zona rural, é claro, mas a maior parte para mobilidade urbana, construção de espaços de esporte e lazer, parques urbanos, manutenção de unidades de saúde, despoluição do Canal da Maternidade, economia solidária, e apoio a atividades culturais. Dei apoio e atenção especial à construção do Shopping Popular e outras iniciativas da prefeitura que movimentam a economia e proporcionam trabalho e renda para as famílias.
Das demais cidades acreanas, Cruzeiro do Sul é aquela que desponta com um crescimento que já exige um cuidado especial pelo seu rápido crescimento. Nas demais cidades, vale o ditado “melhor prevenir que remediar”, ou seja, as políticas urbanas devem orientar o crescimento para evitar problemas futuros. Entre todas, ressalto a questão da mobilidade urbana como a que exige grande investimento e atenção. Para Rio Branco, destinei mais de 7 milhões em emendas, contemplando construção de Microterminal, abrigos, corredores para transporte coletivo e calçadas.
E ainda há muito o que fazer, a cidade é uma construção permanente numa sociedade dinâmica e cada vez mais integrada ao Brasil e ao mundo, bem diferente daquelas províncias isoladas que tínhamos há três ou quatro décadas.
Por isso, é preciso que a sociedade cobre de seus representantes políticos o apoio permanente aos municípios, independente de diferenças partidárias e ideológicas. Não é por acaso que nosso país tem um Ministério das Cidades. Também nas administrações estaduais é necessário ter ao menos uma equipe que faça acompanhamento e apoio permanente às políticas urbanas. E nem é preciso dizer, mas não faz mal alertar: tem que ser com gente que entenda do assunto.
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