Apontado nos bastidores do poder como o candidato do governador Gladson Cameli (Progressistas), o empresário João Francisco Salomão, dono da Eleacre Engenharia, teve sua derrota confirmada nas eleições a presidência da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), na tarde desta segunda-feira, 14. Durante todo o dia, entre telefonemas e envio e recebimentos de mensagens de WhatsApp, um dos principais empreiteiros do Acre aparentava nervosismo com a situação que lhe foi colocada logo nas primeiras horas da manhã.
No domingo pela manhã, dia 13, uma decisão da 4ª Vara do Trabalho de Rio Branco, que determinava que os delegados do Sindicatos das Indústrias de Olaria (Sindoac), Gráficas (Sindigraf) e Confecções (Sincon), ligados a Salomão, teriam poder de voto nas eleições. Salomão dormiu feliz e com a sensação de eleição garantida projetando 7 votos contra 3 de José Adriano.
Ao acordar na manhã desta segunda, 14, Salomão e seus aliados foram “nocauteados” com o trabalho do agora presidente reeleito José Adriano, que por meio de empresários aliados e presidentes de outras Federações Brasil a fora, conseguiu que um desembargador do TRT derrubasse a liminar da Justiça do Trabalho de Rio Branco, e concedesse poderes novamente ao presidentes das categorias para terem poderes de votos. Em cima da hora, Salomão e seu grupo viram a vitória escapar pelas mãos e também “pela falta de articulação do governador Gladson Cameli”, disse um dos integrantes da chapa derrotada que preferiu não se identificar com medo represálias. Apesar de tentar recurso recorrendo no Pleno do TRT, a justiça não acatou o pedido, confirmando assim a vitória de Adriano.
O cenário criado na Fieac lembra e muito o que ocorreu nas eleições do Sebrae, no mês de dezembro, quando o advogado Marcos Lameiro foi eleito Superintendente da entidade. O Candidato Marivaldo Melo, apoiado pelo governador eleito Gladson Cameli não recebeu os votos que eram esperados e muito menos estava presente durante a votação. Ele cumpria agenda fora do Acre.
Apenas dois nomes estavam postos aos membros do Conselho Deliberativo Estadual (CDE): o de Marcos e o nome do bancário Marivaldo Melo. Marcos faz parte de um grupo ligado à Frente Popular, sendo braço direito do presidente da Fecomércio, Leandro Domingos, que já foi presidente da Junta Comercial do Acre (Juceac), no governo de Sebastião Viana.
Nas duas situações, tanto Sebrae, quanto Fieac a equipe de articulação foi a culpada por não ter ao menos feito algumas ligações para os dirigentes que tinham poder de voto, afinal de contas, quem negaria um pedido pessoal do governador? É importante ressaltar que na época em que Sebastião Viana era governador, esse tipo de situação não ocorria.