Os acreanos, em média, se aposentam com 56 anos de idade. É o que informa os dados atualizados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), obtidos pela Folha de São Paulo e publicados nesta semana. De acordo com a reportagem, as pessoas que vivem no Acre se aposentam mais tarde do que em Estados mais ricos, como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, onde homens e mulheres se aposentam mais cedo que a média nacional pelo sistema de tempo de contribuição —principal alvo da reforma do presidente Jair Bolsonaro que deve ser apresentada em fevereiro no Congresso Nacional.
Por esse sistema, em Santa Catarina, estado com a menor média, um homem geralmente se aposenta com 53 anos de idade; enquanto no Tocantins e no Pará registram 59, a maior média entre os estados.
Considerando todo o país, essa faixa é de aproximadamente 56 anos, pois estados bastante populosos e com o mercado formal de trabalho bem desenvolvido puxam a média para baixo.
É o caso de São Paulo (56 anos), Minas Gerais (56 anos), Paraná (55 anos) e Rio Grande do Sul (54 anos).
No caso das mulheres, a média de idade de aposentadoria por tempo de contribuição é de 51 anos, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, de 53 anos, mesmo patamar da média nacional. No Maranhão, no Acre e em Roraima, fica em torno 56 anos de idade.
Uma idade mínima para aposentadorias, conforme vem sendo estudado pelo governo, afetará em maior grau estados mais desenvolvidos, segundo dados do INSS. Em sua estratégia para convencer a população e o Congresso Nacional sobre a necessidade de mudar as regras da Previdência, a equipe de Bolsonaro planeja usar o discurso de que a reforma vai combater a desigualdade regional.
Pelo INSS, há duas formas de aposentadoria. Uma é por idade, que exige 65 anos, no caso de homens, e 60 anos para mulheres, além de pelo menos 15 anos de contribuições. Quando o trabalhador é do setor rural, essas faixas etárias caem cinco anos.
A reforma da Previdência buscará atacar essencialmente o segundo modelo de aposentadoria: o por tempo de contribuição, no qual, após 35 anos de trabalho formal para homens e 30 para mulheres, é possível adquirir o benefício. Hoje, não há idade mínima.
Quem se aposenta por tempo de contribuição recebe, em média, R$ 2.320,95 por mês. O valor médio do benefício de quem se aposenta por idade é de R$ 1.129,31 —trabalhadores rurais e urbanos.