Após a determinação do governador Gladson Cameli (Progressistas) de que todos os nomes indicados pelos partidos para ocupar espaços no segundo escalão passem por uma verdadeira “devassa jurídica”, o ritmo de acomodação de aliados, cujos decretos com as nomeações são publicados no Diário Oficial, diminuiu de forma significativa.
Na edição desta sexta-feira (11), por exemplo, não houve a publicação de decretos assinados por Gladson abrigando correligionários em cargos nas autarquias, fundações ou empresas estatais. Os únicos atos do governador foram nomear o novo subcomandante do Corpo de Bombeiros e a coordenadora da Casa Civil.
Com a operação pente-fino, o Palácio Rio Branco espera evitar que pessoas com problemas atuais com a Justiça, ou que tenham sofrido algum tipo de condenação por crimes de improbidade administrativa, sejam nomeadas.
Outra ordem dada pelo governador é que a vida partidária pregressa dos indicados também passe pelo escrutínio da Casa Civil. Com isso, o progressista quer diminuir os reclames de petização em seu governo; ou seja, de pessoas que ocuparam cargos importantes nas gestões passadas do PT – sendo filiadas a algum dos partidos da Frente Popular – e que sobreviveram na nova administração estadual.
Porém, o que mais incomoda o governador é a presença de pessoas com a ficha-suja ocupando cargos de direção.
Desde o início da semana, reportagens do ac24horas mostraram que ao menos três nomes indicados pelos partidos aliados para compor o segundo escalão de Gladson Cameli enfrentam ou já enfrentaram problemas com a Justiça: Alércio Dias (Acreprevidência), André Hassem (Imac) e James Gomes, nomeado para cargo na Casa Civil.
Os casos têm causado constrangimentos políticos para o recém-empossado chefe do Palácio Rio Branco. Em seus dois discursos de posse no dia 1º de janeiro, Gladson Cameli afirmou que não aceitaria casos de corrupção e falcatruas no governo. Essa também foi uma de suas principais promessas de campanha em 2018.